Título: Empresa vira a 17ª maior em alimentos das Américas
Autor: Junior, Nilson Brandao
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/11/2007, Negocios, p. B22

Com um faturamento de US$ 3,3 bi, a Perdigão passa a Sadia e ganha quatro posições no ranking

A Perdigão avançou para a 17ª colocação no ranking das maiores empresas de alimentos das Américas, com um faturamento de US$ 3,311 bilhões, depois da aquisição da Eleva. Com o negócio, a empresa, que ocupava o 22º lugar, deslocou a rival Sadia para a 18ª posição. Ainda assim, permanece, contudo, muito distante dos pesos pesados, como as americanas Archer Daniels e Kraft Foods, duas primeiras colocadas, com faturamentos acima dos US$ 30 bilhões por ano.

O levantamento foi elaborado pela consultoria Economática a pedido do Estado. Os dados mostram que a Sadia, que era a 17ª colocada, figura agora no ranking atrás da Perdigão/Eleva, com o faturamento de US$ 3,216 bilhões, uma diferença de aproximadamente US$ 100 milhões (o equivalente a cerca de R$ 200 milhões). A Perdigão pode avançar ainda mais no ranking, já que o planejamento estratégico da companhia leva em conta a possibilidade de aquisições no Brasil e no exterior, além do chamado crescimento orgânico (sem aquisições).

¿A ambição da Perdigão é ser um dos maiores players mundiais no setor. Isso é claro para a empresa¿, afirmou uma fonte ligada à empresa. Ele explica que os dois principais focos de expansão definidos são na cadeia de proteínas (basicamente carnes e leite) e na de frios. Isso porque a empresa detém vantagens competitivas nos dois ramos e sinergias em várias áreas, com a de distribuição. O projeto de expansão da Perdigão via internacionalização contempla ainda formação de bases produtivas no exterior, espécie de antídoto para o grande problema setorial de riscos sanitários.

A análise leva em conta que a diversificação geográfica permitiria à empresa brasileira maior raio de ação quando problemas sanitários surgem no País. Assim, o risco de perder mercados externos, que venham a impor embargos às exportações brasileiras, poderia ser contornado com o deslocamento de produção de outras unidades no exterior do mesmo grupo. Além disso, o aumento de musculatura financeira e de escala industrial protegeria mais a empresa contra outro riscos, como de tomada hostil de controle, por grupos de maior porte.

O levantamento da Economática mostra que depois da Archer (moinho de grãos) e da Kraft (indústria diversificada de alimentos) aparecem outros cinco abatedouros dentre as 20 maiores empresas de alimentos, além da Perdigão e Sadia, com faturamentos bem maiores. São os seguintes: Tyson Foods (US$ 25,663 bilhões), Smithfield Foods (US$ 11,129 bilhões), Hormel Foods (US$ 5,745 bilhões) e Pilgrims Pride (US$ 5,229 bilhões).

Levando em conta apenas a América Latina, a Perdigão/Eleva torna-se a segunda maior empresa de alimentos, atrás apenas da mexicana Bimbo, que fatura US$ 5,886 bilhões ao ano e atua com produtos de panificação e tortilhas. Em 2001, o grupo mexicano expandiu sua atuação sua atuação para o Brasil, ao comprar as marcas Pullman e Plus Vita. O grupo tem 1.800 colaboradores e três fábricas no mercado brasileiro.

O valor de Perdigão e Eleva somado chega a R$ 9,4 bilhões, superando o da Sadia, de R$ 7,9 bilhões, o mesmo da Perdigão isoladamente.

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