Título: Desemprego cai para 9%, o menor nível do ano
Autor: Fard, Jacqueline
Fonte: O Estado de São Paulo, 26/10/2007, Economia, p. B8

São Paulo contribuiu para o resultado positivo com a abertura de 333 mil vagas em setembro, diz IBGE

A taxa de desemprego apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nas seis principais regiões metropolitanas do País recuou para 9% em setembro, o menor patamar desde dezembro de 2006. A taxa é a mais baixa para meses de setembro desde o início da nova série da pesquisa, em 2002. Em agosto, a taxa havia sido de 9,5%. São Paulo puxou os resultados positivos, com aumento de vagas e queda no número de desocupados.

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O trabalhador também está ganhando mais. A renda média real dos trabalhadores subiu 0,3% em setembro ante agosto, para R$ 1.115,00. Na comparação com setembro de 2006, houve aumento de 2,5%. O gerente da pesquisa, Cimar Azeredo, disse que as boas notícias no mercado de trabalho devem prosseguir e é provável que a taxa de desemprego de 2007 seja a mais baixa da série, respondendo à conjuntura econômica favorável que, segundo ele, está estimulando a criação de vagas e a formalização do emprego.

'O cenário econômico está propiciando essas notícias boas no mercado de trabalho, com aumento de ocupação e de renda e queda na taxa de desemprego', afirmou Azeredo. Mas ele admitiu que a queda da taxa era esperada, já que sazonalmente ocorre nessa época do ano.

O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) observou em seu relatório que o resultado de setembro pode ser considerado positivo, mas 'em si não é revelador de uma melhora extraordinária' do quadro de emprego, 'mas é reflexo muito mais de um fenômeno sazonal desta época do ano, associado à proximidade do maior nível de atividade próprio de fim de ano'.

O nível de ocupação (porcentual de pessoas acima de 10 anos que estão trabalhando) chegou, na média de janeiro a setembro deste ano (51,3%), ao maior nível da nova série da pesquisa. 'Tudo indica que fecharemos 2007 com um nível de ocupação maior do que os anos anteriores', previu Azeredo.

O número de ocupados prosseguiu em alta, com variação de 1% ante agosto, com a abertura de 201 mil novas vagas, enquanto o número de desocupados decresceu em 120 mil pessoas. Na comparação com setembro de 2006, o número de ocupados aumentou 2,7%, ou o equivalente a 551 mil novas vagas. Nessa comparação, houve uma queda de 8,6%, ou de 197 mil desempregados em setembro ante igual mês do ano passado.

Segundo o IBGE, de todas as vagas registradas nas seis regiões em setembro, 333 mil foram criadas em São Paulo. Raquel Aparecida de Paula, de 35 anos, foi uma das beneficiadas pela abertura de vagas na capital paulista. Desde o começo de setembro, ela conseguiu um emprego de secretária numa empresa de propaganda.

'Praticamente não fiquei desempregada' disse ela. Raquel conta que foi demitida de uma empresa, onde era assistente administrativa, e, logo em seguida, conseguiu se recolocar no mercado de trabalho. 'A minha recolocação foi rápida porque tenho bons contatos.'