Título: Programa vai mudar para atender 15 vezes mais
Autor: Paraguassú, Lisandra
Fonte: O Estado de São Paulo, 30/10/2007, Nacional, p. A8

O programa Agente Jovem vai crescer e mudar - até de nome. A partir de 2008, vai virar ProJovem Adolescente, incluirá 1,7 milhão de jovens --15 vezes o que atende hoje - e será parte do Bolsa-Família. As alterações integram o pacote de mudanças da área social que o governo planeja para o segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A partir do ano que vem, as famílias que têm filhos entre 15 e 18 anos incompletos receberão determinada quantia para que participem do programa. Hoje, o Bolsa-Família paga R$ 60 e mais R$ 18 por filho até 15 anos incompletos matriculado na escola, até o máximo de três por família. Com a mudança do Agente Jovem, as famílias poderão receber um adicional de R$ 30 por filho participante do programa. Ainda não está definido se haverá ou não um limite para o número de filhos beneficiados.

¿A parcela maior (que será somada ao Bolsa-Família) permitirá que a família até mesmo repasse parte desse recurso para o adolescente, na forma de uma mesada¿, diz Aidê Cansado, diretora do Departamento de Proteção Social Básica do Ministério do Desenvolvimento Social. O valor é bem menor do que o pago hoje ao jovem, que é de R$ 65. Mas, ao mesmo tempo, o ministério vai ampliar o período de permanência no programa para dois anos, o que permitirá cobrir toda a fase de transição até a maioridade. Hoje, o jovem só pode ficar um ano no programa - se ingressa no Agente Jovem com 15 anos, é obrigado a deixá-lo ao completar 16 anos. Com o novo modelo, poderá ficar dois anos. A principal crítica ao programa atual é sua curta duração.

Algo que não deve mudar é a capacitação profissional dos adolescentes. A intenção do ministério é continuar se concentrando em uma formação mais generalista, de cidadania, e não de cursos profissionalizantes. ¿Na nossa compreensão o jovem deve ter sim uma formação inicial mais geral para o trabalho, de noções de cidadania direcionadas ao trabalho. Mas o grande objetivo não é inserir o jovem imediatamente no mercado¿, explica Aidê.

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