Título: É a prova diabólica, diz defesa
Autor: Naves, João
Fonte: O Estado de São Paulo, 06/11/2007, Nacional, p. A12

Newley Amarilla, defensor do ex-governador Zeca do PT, repeliu com veemência a nova ofensiva do Ministério Público. ¿Mais uma vez os promotores anunciam medidas pela imprensa e sem dar a Zeca a chance de se defender. Isso inverte o princípio da presunção da inocência.¿

Para o advogado, os métodos da promotoria ¿conspurcam a Constituição¿. ¿Agora exigem que o acusado prove que não é culpado, é a chamada prova diabólica. Zeca não foi chamado para apresentar sua versão. O que há contra ele, afinal? Eu digo: um depoimento sem credibilidade e a liberação de verbas para agências de publicidade. Como governador, ele cumpriu exatamente o que determina a lei, cumpriu o seu dever. Assim, não deve ter liberado recursos só para agências. Certamente mandou fazer pagamentos para muitos outros fornecedores de serviços que foram contratados legalmente.¿

Amarilla avisou que vai recorrer ao Tribunal de Justiça contra todas as ações que envolvam Zeca. Sua primeira investida foi vitoriosa: uma ação penal foi suspensa liminarmente. O advogado rebela-se contra a acusação sobre uso de notas fiscais frias, que a promotoria sustenta ter encontrado nos contratos de publicidade. ¿Um governador não tem condição de ficar verificando se estão usando notas frias.¿ Ele destacou que o Tribunal de Contas do Estado (TCE) aprovou os dois mandatos de Zeca. FAUSTO MACEDO