Título: Volta à Bolívia não resolve crise no curto prazo
Autor: Pamplona, Nicola
Fonte: O Estado de São Paulo, 06/11/2007, Economia, p. B4

A retomada dos investimentos da Petrobrás na Bolívia não trará alívio no balanço de oferta de gás natural no Brasil no curto prazo. Segundo fontes ouvidas pelo `Estado¿, a volta da Petrobrás à Bolívia pode assegurar a operação no campo de Itau, no Departamento de Tarija, no sul do país.

No entanto, a operação efetiva desse campo pode ocorrer, na melhor das hipóteses, em dois anos. ¿Não é algo para o curto prazo. É coisa para, no mínimo, dois anos ou mais¿, afirma uma fonte.

A Petrobrás opera dois campos no sul da Bolívia: San Alberto e San Antonio. Depois da nacionalização dos hidrocarbonetos, medida do governo Evo Morales que levou à revisão dos contratos com as petroleiras, entre as quais a Petrobrás, a estatal congelou investimentos. A crise de abastecimento no Brasil pode forçar a empresa a voltar ao país.

O Brasil recebe diariamente cerca de 26 milhões de metros cúbicos de gás natural, embora tenha contratado a compra de 30 milhões de metros cúbicos.

Sem novos campos, não há como expandir a oferta boliviana. ¿A Bolívia produz hoje cerca de 40 milhões de metros cúbicos por dia. Com isso, os bolivianos atendem o Brasil, o mercado interno e a Argentina. Sem investimento novo não há nova oferta¿, diz outra fonte do setor. Neste momento, a Bolívia enfrenta também racionamento de gás e diesel.