Título: Decisão reconcilia tucanos, diz Guerra
Autor: Samarco, Christiane
Fonte: O Estado de São Paulo, 07/11/2007, Nacional, p. A4

A decisão do PSDB do Senado de encerrar a negociação com o governo e votar contra a prorrogação da CPMF teve serventia dupla, em meio à crise que pôs em confronto as três forças que compõem o partido: governadores, os 13 senadores e a bancada da Câmara, com 57 parlamentares. ¿Essa posição não só unificou a bancada do Senado, como reconciliou os senadores com os deputados tucanos, que votaram contra a CPMF na Câmara¿, resumiu o senador Sérgio Guerra (PE).

Os governadores tucanos, que insistiram em manter as negociações temendo represálias do governo federal, não foram desconsiderados na decisão. Na reunião da bancada do Senado, Guerra fez questão de falar do empenho dos Estados em negociar com o governo federal e não dissimulou o peso político dos governadores do partido, especialmente os de São Paulo, José Serra, e Minas Gerais, Aécio Neves, que são o maior capital tucano na eleição presidencial de 2010. ¿Não adianta dizer que eles não estão interessados na CPMF, porque estão¿, afirmou Guerra, para concluir: ¿Nossos governadores são nossos presidenciáveis e a gente não pode ignorar.¿

Nem os deputados, que votaram contra a CPMF, nem parte da bancada de senadores que ameaçava votar a favor desconsideram as preocupações de seus candidatos à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A diferença de posição entre o PSDB da Câmara e o do Senado decorre da força política de cada bancada. Segundo um dirigente do partido, na Câmara os tucanos não decidem nada e no Senado decidem tudo, referindo-se à maioria folgada de votos que o Palácio do Planalto tem entre os deputados, ante o equilíbrio entre governo e oposição no Senado.

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