Título: Lula: Oposição torce para coisa não acontecer
Autor: Scinocca, Ana Paula., Rosa, Vera
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/11/2007, Nacional, p. A5

Belo Horizonte - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez ontem, em Belo Horizonte, críticas à oposição - ¿que muitas vezes fica torcendo para a coisa não acontecer mesmo¿ - e afagos aos governadores. Deixou claro que conta com eles para conseguir arregimentar os votos necessários à prorrogação da CPMF no Senado.

O Brasil, destacou Lula, possui um ¿conjunto de governadores com muita disposição de fazer as coisas¿. Logo ao desembarcar, o presidente, que foi à capital mineira inaugurar a primeira fase do Centro Metropolitano de Especialidades Médicas (CEM), se reuniu por 10 minutos com o governador Aécio Neves (PSDB).

Embora tenha demonstrado disposição em participar das negociações para um eventual acordo que leve à aprovação da CPMF, o tucano reiterou que o Planalto precisa melhorar a proposta, para desonerar ¿de forma efetiva e vigorosa¿ a carga tributária. ¿Senão, infelizmente, a tendência que eu colho dos senadores do PSDB é se posicionar contrariamente à CPMF¿, afirmou Aécio. ¿O meu sentimento é de que o governo continuará tentando negociar.¿

Lula chamou a atenção para a importância da regulamentação da Emenda 29 na Câmara. Lembrou que Estados e municípios serão beneficiados com mais recursos para a saúde e de pronto atendeu a uma reivindicação do tucano mineiro, que cobrou um prazo para a adequação aos investimentos obrigatórios na área. ¿A Câmara cometeu um pequeno equívoco na votação que nós vamos ter de corrigir no Senado. Na medida em que fizemos um programa em cinco anos, é preciso que a gente dê prazo aos Estados que não estavam cumprindo¿, disse o presidente. ¿Não queremos asfixiar ninguém.¿

Aécio pediu ¿um grande entendimento¿ entre oposição e governo para um ¿grande congraçamento¿ do Senado. ¿Aliás, algo que está faltando àquela Casa.¿

Em São Paulo, o governador José Serra (PSDB) disse que não foi procurado por Lula para discutir o apoio à CPMF. ¿Não recebi nenhum convite a esse respeito. Se o presidente me chamar para conversar sobre esse ou qualquer assunto, é óbvio que atenderei. É o presidente.¿