Título: Barril de petróleo vai a US$ 95,93 e bate recorde
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Fonte: O Estado de São Paulo, 03/11/2007, Economia, p. B10
Em Nova York, cotação subiu 2,6% e em Londres chegou a R$ 92,08, também recorde; tensão na fronteira Turquia-Iraque pressiona os preços
O preço do petróleo encerrou a semana com novo recorde, impulsionado por fatores geopolíticos e preocupações em relação à economia americana. Em Nova York, o preço do barril do petróleo Intermediário do Texas (WTI, leve) fechou em alta de 2,6%, cotado a US$ 95,93, depois de bater US$ 96,05 durante o pregão. Em Londres, o Brent também atingiu novo patamar histórico ao chegar a US$ 92,08.
Entre as explicações para a escalada ininterrupta dos preços do petróleo estão as tensões em torno da fronteira entre a Turquia e o Iraque, assim como a inquietação existente entre a comunidade internacional e o Irã por causa do programa nuclear do país. Além disso, os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (EUA, Reino Unido, França, China e Rússia) e a Alemanha decidiram ontem em Londres apoiar uma nova resolução da entidade com mais sanções ao Irã por causa de seu programa nuclear.
Os líderes políticos dessas potências decidiram ¿finalizar um texto para uma terceira resolução com punições do Conselho de Segurança da ONU¿. Washington impôs na semana passada novas sanções econômicas ao Irã, em particular aos bancos e à Guarda Revolucionária, e não descarta uma ação militar contra Teerã.
Os contratos de petróleo também foram pressionados por dados americanos, divulgados ontem. O principal deles foi a criação de 166 mil postos de trabalho em outubro, o dobro das expectativas. Isso significa que a demanda de petróleo e de combustíveis nos próximos meses continuará elevada, um fato que tende a empurrar os preços do petróleo para cima. Uma agravante é que os estoques de petróleo nos EUA tiveram queda de 3,9 milhões de barris na última semana.
No mercado acionário, o dia foi de volatilidade. Depois de oscilar em terreno negativo durante o dia todo, o Dow Jones fechou em alta de 0,20% e o Nasdaq, de 0,56%. Na Europa, no entanto, quase todas as bolsas fecharam no vermelho, preocupadas com os efeitos do subprime no resultado dos bancos.
Em Londres, o Barclays sofreu um dos maiores impactos negativos nas negociações de ontem, com queda de 6%, ainda sob o efeito da desconfiança gerada entre os investidores em função da crise de crédito nos mercados imobiliários. A pressão teria ocorrido por causa de rumores sobre pedido de ajuda financeira feito pelo banco.
Em Paris e em Frankfurt, as ações do setor bancário também foram as mais castigadas. Société Generale perdeu 4,3%; Credit Agricole, 2,9%; e BNP Paribas, 2,7%. Na Alemanha, as ações do Deutsche Postbank caíram 3% e as do Commerzbank, 1,5%.
Analistas destacam ainda que os efeitos da crise no mercado de hipotecas dos EUA continuam fortes e com grades chances de surpresas desagradáveis. Na sexta-feira, o banco central americano injetou US$ 41 bilhões no sistema financeiro, o maior volume de dinheiro desde 17 de agosto, quando a crise de crédito estourou.
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