Título: Força-tarefa do caso Zeca investiga Serys
Autor: Naves, Joao
Fonte: O Estado de São Paulo, 10/11/2007, Nacional, p. A20

Promotores apuram se campanha da petista recebeu R$ 200 mil

A força-tarefa do Ministério Público de Mato Grosso do Sul que investiga o ¿mensalão do Zeca¿ - suposto esquema de pagamentos a aliados em troca de apoio ao ex-governador José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT - levantou suspeita de que a campanha da senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) teria recebido R$ 200 mil. O nome dela aparece, associado a esse valor, em livro-caixa apreendido pelos promotores que serve de base às investigações.

De acordo com o Ministério Público, o dinheiro que irrigava o pagamento a aliados e o financiamento de campanhas, por meio de caixa 2, vinha de contratos de publicidade do governo de Mato Grosso do Sul. Zeca nega todas as denúncias. A força-tarefa encaminhou a suspeita contra Serys à Procuradoria-Geral da República, já que a parlamentar tem foro especial.

Dizendo-se ¿indignada¿, Serys distribuiu ontem uma nota negando qualquer participação em irregularidades. ¿Gato escaldado tem medo de água fria. Depois de toda aquela trama da qual fui vítima em 2006, meu receio é de que possam estar querendo armar, novamente, contra mim¿, disse ela, referindo-se ao fato de seu nome ter sido citado nas investigações da Operação Sanguessuga, sobre fraudes com ambulâncias. Sua assessoria jurídica pediu informações ao Ministério Público sobre a nova suspeita.

Enquanto isso, os promotores continuam a avançar nas investigações sobre os supostos pagamentos mensais. O comandante da Polícia Militar no Estado, coronel Geraldo Garcia Orti, aceitou as condições da delação premiada e deixou de ser réu nas ações. O coronel - cujo nome também aparece na lista do livro-caixa - disse aos promotores que recebia R$ 5 mil mensais. Alegou, porém, que desconhecia a origem do dinheiro.