Título: De 667 a 120 milhões de celulares
Autor: Marchi, Carlos
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/11/2007, Economia, p. B10
País experimentou forte crescimento após a privatização
Há pouco mais de 20 anos, era natural culpar o monopólio estatal pelo inferno que o modelo de telefonia impunha à vida cotidiana dos brasileiros. Pouco antes da privatização das teles, em 1994, uma linha telefônica custava até US$ 10 mil em São Paulo e o usuário esperava até quatro anos por ela. A demanda represada era de 20 milhões de linhas. O mercado paralelo de telefones explodiu.
No início dos anos 80, o modelo estatal dava sinais de esgotamento - a Telebrás não tinha capacidade de investimento para atender à demanda. O Fundo Nacional de Telecomunicações, de 1967, sofria seguidos confiscos do governo para cobrir déficits do Tesouro.
No começo de 1995, o modelo estava estrangulado; o Brasil tinha 8,5 telefones fixos por 100 habitantes (a América Latina tinha 11 e o mundo, 15). Os modelos monopolistas estatais caíam como castelos de carta por não responderem à globalização, à revolução tecnológica e à queda das barreiras comerciais. Na América Latina, as privatizações ocorreram no Chile (1988), no México (1990) e na Argentina (1991).
No começo, as privatizações foram bem-vindas porque supriam um modelo falido. Traziam a promessa de modernizar o modelo de telefonia, suprir a demanda por mais telefones e expandir serviços novos, como o celular. A privatização deu respostas rápidas: em 1990, o Brasil tinha 667 telefones celulares; devagar, o número chegou a 1,4 milhão em 1995. Mas, depois da privatização, foi aos saltos: 34,8 milhões de aparelhos em 2004 até os quase 120 milhões atuais.
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