Título: Última cartada do Planalto é acatar pedido de aliados e reduzir alíquota
Autor: Costa, Rosa; Fontes, Cida
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/11/2007, Nacional, p. A7

Sem votos suficientes para aprovar a CPMF, o governo deve pôr na mesa agora, como última cartada, a oferta de redução da alíquota, um pedido do PMDB e do PDT. A proposta foi discutida ontem em duas reuniões entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, articuladores políticos do governo e o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Oposição e aliados pedem corte de 0,38% para 0,36% na alíquota da CPMF, a partir do ano que vem, mas a equipe econômica entende que ele deve ser menor. Pelas contas de Mantega, a redução de 0,02% representa uma perda de R$ 2 bilhões em uma receita estimada em R$ 40 bilhões para o ano que vem.

¿A CPMF está tranqüila¿, disse Lula, ao falar com repórteres. O ministro das Relações Institucionais, Walfrido Mares Guia, foi taxativo: ¿Não dá para o governo ficar sem a CPMF. É impossível.¿ Na tentativa de convencer seus pares, a líder do governo no Congresso, senadora Roseana Sarney (PMDB-MA), carregava uma planilha mostrando que no primeiro mandato de Lula (2003 a 2006) a União repassou R$ 39,5 bilhões, arrecadados com a CPMF, para os Estados aplicarem em saúde. Para a Previdência Social foram outros R$ 22,8 bilhões.

TESTE

A votação de hoje na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) será o primeiro grande teste. Articuladores políticos do Planalto calculam que o placar será de 12 votos a 10 pró-governo, mesmo com parecer contrário da relatora Kátia Abreu (DEM-TO). Mas a oposição garante que vencerá com o mesmo placar.

Antes da reunião da noite com Lula, Mares Guia recebeu Roseana e o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). Apesar do discurso oficial de que não haverá mais trocas na CCJ com o objetivo de garantir apoio ao voto em separado de Jucá, nada está garantido.

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