Título: Presidente reitera apelo pela CPMF
Autor: Monteiro, Tania; Domingos, Joao
Fonte: O Estado de São Paulo, 20/11/2007, Nacional, p. A5

No rádio, Lula cobra responsabilidade de senadores e afirma que País não pode abrir mão de recursos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou seu programa semanal de rádio para criticar os senadores, principalmente da oposição, que prometem votar contra a prorrogação da CPMF. Ele reiterou que o País não pode prescindir dos recursos e ressaltou que fez acordo com os senadores para reduzir a alíquota e isentar 30 milhões de pessoas do pagamento da contribuição.

¿Nós fizemos a nossa parte. Agora, eu estou convencido de que os senadores irão fazer a parte deles, aprovando a CPMF¿, disse no Café com o Presidente. ¿Eu acho que é normal que os senadores queiram negociar, acho que é normal que algumas pessoas se coloquem contra qualquer tipo de imposto. Mas eu também acho normal que as pessoas tenham responsabilidade na hora de votar e saibam o que significam R$ 40 bilhões no Orçamento da União, já que nós temos o PAC em funcionamento, já gerando crescimento econômico neste país, e já que nós regulamentamos a Emenda 29, que cuida do dinheiro da saúde.¿

Lula cobrou também empenho dos governadores e prefeitos para ajudar a aprovar a CPMF, argumentando que Estados e municípios receberão R$ 16 bilhões oriundos dessa fonte. ¿Hoje, mais de 140 milhões de pessoas têm no SUS seu único acesso ao serviço de saúde, que é dinheiro da CPMF¿, afirmou.

Apesar dos apelos de Lula, o governo pode ser obrigado a ceder mais para aprovar a emenda. Os senadores José Nery (PSOL-PA), Expedito Júnior (PR-RO), César Borges (PR-BA) e Cristovam Buarque (PDT-DF), que votariam contra, anunciaram ontem que aceitam negociar, mas fizeram mais exigências. Eles querem o aumento da partilha da receita da CPMF com Estados e municípios e a transferência para a saúde da verba que ficar com a União. Também reivindicam uma redução na alíquota maior do que a negociada com o PMDB. ¿Se o governo negociar, na CPMF, e não cargos, posso conversar. Fora disso, meu voto é não¿, disse Expedito.

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