Título: É preciso tratar coisas diferentes de formas diferentes, diz Gabrielli
Autor: Marques, Gina
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/11/2007, Economia, p. B3

Para presidente da Petrobrás, áreas com maior risco exploratório devem ter uma nova estrutura legal

O presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, avaliou positivamente a proposta da Agencia Nacional do Petróleo (ANP) de estabelecer contratos diversificados para diferentes campos exploratórios de petróleo e gás. ¿Em linhas gerais, acho que é positivo para o País ter estruturas legais distintas para situações exploratórias diferenciadas. Ou seja, áreas com maior risco exploratório têm de ter uma estrutura legal diversa daquelas com menor risco e diferente de áreas maduras. Desde que não afete os contratos existentes.¿

Gabrielli reiterou que mudança da lei é uma avaliação que depende da decisão do governo brasileiro.

¿A possibilidade de modificar a única forma que existe hoje no Brasil, que é a concessão, é uma coisa positiva. Existem situações diferentes em relação ao risco exploratório e diferentes quando se trata de campos maduros. É preciso tratar coisas diferentes de formas diferentes.¿

Ele descartou o risco de que o governo entregue à Petrobrás sem licitação áreas de exploração. ¿O que li aqui em Roma sobre as declarações que o diretor-geral da ANP (Haroldo Lima) deu à imprensa é que o País, e não a Petrobrás, está pensando em ter alternativas de tratar coisas diferentes de formas diferentes. Isso é normal, acontece em todos os países.¿

NOVOS CONTRATOS

O presidente da Petrobrás confirmou que estão sendo discutidas com as distribuidoras de gás novas formas de contrato .

¿O contrato de take or pay (que estabelece um pagamento fixo, só alterado se o consumo for maior que o previsto) exclusivo já não existe mais no Brasil. Nós temos de ter uma parcela da oferta firme e fixa, uma parcela variável em função dos interesses do consumidor e outra inteiramente variável. Portanto, contratos novos são necessários e o preço pode variar de acordo com eles.¿

A respeito da Venezuela, Gabrielli disse que a saída do campo de Mariscal já havia sido anunciada há tempo e que a medida se limita a essa planta de gás.

O presidente da Petrobrás está em Roma participando do Congresso Mundial de Energia. Ontem, deu entrevista coletiva, na qual anunciou que a reserva de petróleo na área do campo de Tupi pode ser ainda maior do que a já estimada entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris.

Gabrielli negou a possibilidade de que o Brasil permita aos Estados Unidos um acesso maior à zona de reserva petrolífera de Tupi em troca de uma abertura do mercado americano aos biocombustíveis brasileiros.