Título: Justiça do Rio vai ouvir governo sobre corte de gás
Autor: Lima, Kelly
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/11/2007, Economia, p. B7

Juiz convoca representantes do Estado antes de julgar recurso da Petrobrás contra liminar da CEG

O juiz Wagner Cinelli, da 6ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça decidiu convocar, em dez dias, representantes do governo do Estado do Rio, antes de julgar o recurso da Petrobrás contra a liminar obtida pela CEG - distribuidora de gás do Estado -, que impedia cortes no fornecimento de gás pela estatal, para encaminhar o produto a usinas térmicas.

No último dia 30, a estatal determinou o corte de 1,3 milhão de metros cúbicos de gás por dia no fornecimento ao Estado do Rio e outros 800 mil metros cúbicos em São Paulo. Mas teve de retomar o abastecimento no Rio por conta da liminar. Por ora, a medida não tem nenhum impacto, porque a estatal não está mais sendo requisitada a enviar gás para as térmicas. Caso a situação se repita, porém, a Petrobrás poderá enfrentar um impasse.

A CEG reivindica na Justiça o direito de manter o volume no fornecimento dos últimos 12 meses (cerca de 7,5 milhões de metros cúbicos por dia). A Petrobrás fornece hoje ao Estado 7,2 milhões de metros cúbicos diários de gás natural, mas apenas 5,1 milhões estão contratados.

Ontem, em apresentação dos resultados financeiros da companhia a analistas de mercado, o diretor financeiro da estatal, Almir Barbassa, disse que a situação de restrição do fornecimento de gás natural, que levou ao corte do suprimento para Comgás, CEG e CEG-Rio, já foi normalizada.

¿Não há restrição de gás natural neste momento. O mercado já está em equilíbrio¿, disse o executivo.

Por conta da limitação de oferta e da defasagem de preço em relação aos insumos substitutos, principalmente na comparação com o óleo combustível, Barbassa admitiu que é muito provável que no futuro o preço do gás natural venha ser reajustado.

Recentemente, a diretora de gás e energia, Maria das Graças Foster, disse que o gás nacional teria aumento real entre 15% e 20%.

¿Isso ainda não tem data para ocorrer¿, comentou Barbassa.

Sobre a Bolívia, o executivo disse que a companhia ainda não decidiu quais investimentos serão feitos no país vizinho. Mas garantiu que o fornecimento de gás boliviano vem sendo cumprido normalmente, inclusive acima dos 30 milhões de metros cúbicos diários contratados. ¿A Bolívia já chegou a nos entregar 31,5 milhões de metros cúbicos por dia¿, revelou.