Título: Alta do petróleo e dos alimentos é principal ameaça à economia global
Autor: Caminoto, Joao
Fonte: O Estado de São Paulo, 20/11/2007, Economia, p. B4

Cidade do Cabo, África do Sul - A pressão inflacionária causada pela alta dos preços dos petróleo e dos alimentos foi identificada pelos governadores de bancos centrais como uma das principais ameaças à economia mundial, que por enquanto, continua a apresentar um desempenho positivo.

¿Nós todos notamos que estamos diante de desafios, particularmente oriundos dos preços do petróleo e alimentos¿, disse o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet,ao apresentar as conclusões da reunião bimestral do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês), realizada ontem na Cidade do Cabo.

Trichet disse que essa tendência, aliada à ¿significativa corrente correção nos mercados financeiros¿, nascida da crise do setor imobiliário dos Estados Unidos, exige ¿vigilância¿ das autoridades monetárias. ¿Temos de continuar exercendo nossa responsabilidade para esses fatores multidimensionais. Esse ambiente requer que fiquemos alertas e não complacentes.¿

Segundo Trichet, o ritmo de crescimento econômico mundial continua ¿encorajador¿, embora possa ter se desacelerado ligeiramente abaixo dos 5% ao ano. ¿Mas os riscos, no geral, apontam para baixo.¿ Numa referência à volatilidade nos mercados de câmbio, ele citou também o risco nascido da ¿desmontagem dos desequilíbrios globais¿.

Em relação à alta dos preços das commodities, Trichet disse que os BCs ¿vão ter de ancorar solidamente¿ as expectativas inflacionárias. ¿Quando ocorre um aumento tão inesperado como o ocorrido nos preços do petróleo e alimentos, é crucial se evitar os efeitos de uma segunda rodada desses aumentos, ou seja, que eles afetem os custos de outros setores.¿

O presidente do BCE ressaltou o comportamento positivo das economias dos países emergentes diante da recente volatilidade nos mercados financeiros. ¿É notável a força e resistência dos emergentes¿, disse Trichet. ¿Isso é muito bom para o crescimento global.¿

Ele ressaltou ¿o bom trabalho¿ em economias emergentes na Ásia, América Latina e África. ¿Isso reflete o trabalho corajoso das autoridades desses países e também o fato de que lições foram aprendidas da crise asiática enfrentada na década passada.¿

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