Título: Na quinta-feira, caso vai a plenário em sessão aberta
Autor: Fontes, Cida
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/11/2007, Nacional, p. A6

Viana quer desfecho rápido do pedido de cassação de Renan, alegando que não pode forçá-lo a prorrogar licença, que se encerra dia 26

Cida Fontes

O presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), confirmou ontem que a votação em plenário do pedido de cassação de mandato de Renan Calheiros (PMDB-AL) será na próxima quinta-feira. O presidente licenciado da Casa é acusado de usar laranjas na compra de duas rádios e um jornal. Diferentemente do primeiro processo, decidido em sessão e votação secretas , desta vez haverá sessão aberta, com transmissão ao vivo pela TV. O voto, no entanto, continua sendo secreto.

Viana adiantou que não tem condições de avaliar se a votação do pedido poderá tumultuar o processo de aprovação da emenda que prorroga até 2011 a cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).

O petista disse ter um motivo concreto para votar logo a cassação: ¿Eu não poderia forçar Renan a prorrogar sua licença, que termina dia 26.¿ Viana se referia ao fim da licença de 45 dias que o senador alagoano tirou, a partir de 11 de outubro.

Ontem, após a aprovação do relatório do senador Jefferson Péres (PDT-AM), no Conselho de Ética, o próprio Viana telefonou para Renan e informou sobre a data do seu julgamento.

SEM TUMULTO

Com a mudança de regras, a sessão do dia 22 não corre o risco de repetir o tumulto que antecedeu o julgamento de 12 de setembro, quando Renan foi absolvido do primeiro processo de cassação por quebra de decoro.

O senador foi julgado em plenário por acusação de ter contas pessoais - incluindo pensão para a jornalista Mônica Veloso, com quem teve uma filha - pagas por um lobista. Tanto a sessão como a votação foram secretas - com microfones desligados e acesso vetado à imprensa.

Um grupo de deputados foi ao Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir acesso à sessão. Por fim, houve troca de socos e ofensas entre deputados e seguranças. Por meio de resolução aprovada no início de outubro pela Casa, as sessões de cassação agora são abertas.