Título: Emprego com carteira assinada bate novo recorde
Autor: Sobral, Izabel
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/11/2007, Economia, p. B14
Em outubro, País criou 205 mil postos de trabalho; no acumulado do ano, vagas chegam a 1,81 milhão
As empresas privadas continuam batendo recordes na geração de empregos formais, impulsionadas pelo crescimento econômico. De janeiro até outubro, foram abertas 1,81 milhão de novas vagas, o melhor resultado para esse período da série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), iniciada em 1992.
O número de empregos criados entre janeiro e outubro foi 19,8% maior do que em igual período de 2006. O estoque de empregos com carteira assinada aumentou 6,5%, e chega a 29,5 milhões. Somente no mês passado, foram feitas 205,3 mil novas contratações, também o melhor resultado do Caged para meses de outubro.
O setor de maior destaque nas contratações foi o de serviços, com 565,5 mil postos. A indústria acumulou 540 mil novas vagas e o comércio, 275,3 mil. Em outubro, de acordo com os dados do Caged, o maior numero de contratações foi registrado no Estado de São Paulo (73,1 mil), seguindo-se o Rio Grande do Sul (20,1 mil), Santa Catarina (16,5 mil) e Rio de Janeiro (16,4 mil). Mas todos os Estados elevaram a quantidade de contratações no mês passado. A exceção foi o Acre, onde, segundo as explicações dos técnicos do Ministério do Trabalho, houve fortes demissões nos ramos da indústria alimentícia e de madeira e mobiliário.
O Caged é um cadastro que registra mensalmente todas as contratações e demissões realizadas pelas regras da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Ficam de fora dessa estatística os servidores públicos e os empregados domésticos.
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, comemorou o resultado, antecipando que há indicações de que em novembro haverá um ¿saldo em torno de 100 mil¿ novas contratações formais. Ele afirmou ainda que dezembro seguirá a tradição de ter mais demissões que contratações, mas em uma intensidade menor que em anos anteriores. ¿Dezembro vai ter queda (nas contratações), mas será a menor da história.¿
Com isso, o ministério projeta que 2007 vai terminar com um saldo positivo de 1,6 milhão de novas vagas com carteira assinada. O recorde anual até agora foi registrado em 2004, quando foram abertos 1,52 milhão de empregos formais.
CONSTRUÇÃO CIVIL
O setor de construção civil registrou uma taxa de crescimento de 14,42% nas contratações feitas este ano até outubro, a maior entre todos os setores analisados pelo Caged. ¿A construção civil tem sido o grande fenômeno do ano¿, destacou Lupi. De janeiro a outubro, esse setor abriu 194,8 mil novas vagas.
Somente em outubro, houve uma elevação ¿quase generalizada¿ na criação de empregos formais. Dos 26 setores registrados, somente a agricultura, por motivos sazonais, relacionados com a entressafra no Centro-Sul do País, apresentou redução nas contratações - queda de 11 mil postos.
A indústria foi responsável pela abertura de 60 mil vagas enquanto os serviços abriram 67,7 mil empregos. O comércio contratou novos 63,7 mil empregados.
Para Lupi, também está contribuindo para os bons resultados estatísticos do emprego formal neste ano a preparação das empresas para o período pré-natalino e a expectativa de ter um forte aumento das vendas no Natal.