Título: Garibaldi ganha força como provável sucessor
Autor: Nogueira, Rui; Samarco, Christiane
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/11/2007, Nacional, p. A7

O senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) desponta como mais provável sucessor de Renan Calheiros (PMDB-AL) na presidência do Senado. Ex-governador do Rio Grande do Norte, hoje em seu segundo mandato como senador, Garibaldi já avisou à bancada que está em campanha. Não houve contestação, até porque não há no partido nenhum nome para enfrentá-lo. Pela tradição, e por possuir a maior bancada, cabe ao PMDB presidir o Senado.

Candidato ao cargo tão logo a situação de Renan se deteriorou, o senador José Maranhão (PMDB-PB) foi obrigado a sair da disputa depois de protocolada no Conselho de Ética um pedido de investigação sobre o aumento de seu patrimônio nos últimos quatro anos. Na declaração de renda entregue à Justiça Eleitoral, Maranhão afirma ser dono de um rebanho de 28.290 cabeças de gado, recém-adquirido no Tocantins. A simples suspeita de irregularidade na compra bastou para que desistisse de concorrer ao posto.

OUTROS NOMES

Outro cotado para o cargo, o ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB-MG), abandonou o plano diante da reação dos oposicionistas, que não aceitam entregar o comando da Casa a quem mantém estreito relacionamento com o Planalto. Pesa contra ele, também, o fato de ter entregue o cargo, em julho de 2005, ao primeiro-suplente Wellington Salgado (MG).

Assim que começou a se discutir a saída de Renan da presidência, articuladores governistas acreditavam que poderiam impor um nome. No caso, o do senador José Sarney (AP), tido pelo Planalto como o mais confiável para comandar o Senado. A idéia não prosperou - há resistências no partido e na oposição.

No cargo desde 12 de outubro, o petista Tião Viana (AC) tem conseguido agradar a colegas de todos os partidos. Mas daí a entregar a presidência ao PT - a exemplo do que ocorre na Câmara, com Arlindo Chinaglia (SP) - há uma grande distância. E o próprio Viana tem sido categórico ao afirmar que não pretende, em nenhum hipótese, disputar uma vaga que pertence ao PMDB, como maior bancada da Casa.