Título: Balança tem o menor saldo em 3 anos
Autor: Veríssimo, Renata
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/12/2007, Economia, p. B1

Superávit de US$ 2,02 bilhões em novembro é o mais baixo desde abril de 2004; com Natal, importação salta 39%

O superávit da balança comercial caiu para US$ 2,02 bilhões em novembro, uma redução de 37,4% em relação a novembro de 2006 e o menor resultado mensal desde abril de 2004. A queda no saldo comercial é reflexo do forte aumento das importações, que vêm sendo estimuladas pela valorização do real e foram impulsionadas ainda mais, neste fim de ano, pelas compras de Natal.

O crescimento das importações foi de 38,9% em novembro, enquanto as exportações subiram 18,1%. O superávit acumulado no ano, de US$ 36,4 bilhões, ficou 12,1% abaixo do registrado no mesmo período de 2006. Apesar do saldo cadente, as exportações e as importações continuam batendo recordes.

O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Welber Barral, disse que as vendas externas devem fechar o ano entre US$ 159 bilhões e US$ 160 bilhões, acima da meta do governo de US$ 157 bilhões.

Nos 12 meses encerrados em novembro, as exportações atingiram US$ 158,68 bilhões. De janeiro a novembro, as vendas externas acumulam US$ 146,42 bilhões, outro recorde, com alta de 16,6% sobre igual período de 2006. O resultado de novembro também foi o melhor para o mês, US$ 14,05 bilhões.

As importações, porém, crescem de forma mais acentuada. Somaram US$ 12,02 bilhões em novembro, quando tiveram a maior média diária já registrada: US$ 601,3 milhões. Nos 11 meses, as importações acumularam US$ 110,02 bilhões , alta de 30,8% em relação a 2006, enquanto em 12 meses totalizaram US$ 117,23 bilhões. Os dois valores são recordes.

O destaque é o aumento das compras internacionais de bens de consumo, que cresceram 33,5% de janeiro a novembro na comparação com igual período de 2006. As importações de automóveis subiram 63,7%. Bens de capital aumentaram 31,8% e matérias-primas e produtos intermediários, 30,1%.

Barral destacou que a participação de bens de capital e matérias-primas na pauta importadora supera a de bens de consumo, apesar de esta última categoria ter aumentado sua participação de 12,9% em 2006 para 13,3% em 2007. As importações de bens de capital representam 20,8% do total e as de matérias-primas, 49,5%.

O secretário disse ver com naturalidade o crescimento das compras externas. ¿A expansão das exportações será acompanhada das importações, independentemente do câmbio, porque está havendo um processo de internacionalização das empresas e uma renovação do parque tecnológico¿, disse.

Ele afirmou, no entanto, que o crescimento das importações não ocorre em detrimento da produção nacional. ¿As importações têm esse viés de renovação do parque industrial.¿ Barral admitiu, porém, que este Natal terá mais produtos importados que o do ano passado.