Título: 'Importação do bem' não preocupa, diz Miguel Jorge
Autor: Graner, Fabio
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/12/2007, Economia, p. B3
Para ministro, expansão está concentrada em bens de capital, que servem para modernizar a indústria
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, atribuiu o aumento recorde da média diária de importações em novembro, de US$ 603,1 milhões, à expansão das compras de máquinas, equipamentos e bens de capital para a indústria ampliar a produção e se modernizar.
¿Chamo essa importação de `importação do bem¿ porque aumenta a produtividade e é feita para estimular a atividade industrial¿, disse o ministro, durante o seminário ¿Logística: É hoje de avançar¿, em São Bernardo do Campo, no ABC.
Miguel Jorge destacou, no entanto, que seria motivo de grande preocupação se essa alta das importações ocorresse por conta apenas do aumento de compras de bens de consumo. ¿Mas não é isso que está ocorrendo¿, afirmou.
PROBLEMA DE NOVEMBRO
Sobre as exportações, cujo superávit foi 37,4% inferior ao do mesmo período do ano passado, o ministro falou apenas que o resultado se deve à diminuição dos dias úteis neste mês de novembro. ¿É um mês curto e atrapalhou o comportamento da balança, mas continuo projetando superávit de US$ 40 bilhões neste ano¿, afirmou.
Miguel Jorge reiterou, ainda, que as exportações no ano que vem devem chegar a US$ 172 bilhões, com superávit comercial variando entre US$ 35 bilhões e US$ 40 bilhões.
INDÚSTRIA E CPMF
O ministro do Desenvolvimento disse também que o anúncio da nova política industrial do governo Lula será feito somente após o término da votação da CPMF.
Isso vai ocorrer porque, antes de anunciar a política industrial, o Executivo terá de apresentar ao Congresso sua proposta de reforma tributária, que também ficou para depois de a CPMF ser votada.
Jorge, em outra ocasião, já havia dito à imprensa, em São Paulo, que o anúncio sobre a política industrial seria feito logo em seguida ao retorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua comitiva da viagem à África, no mês de outubro.
O ministro afirmou que a política industrial será ambiciosa e vai incluir ¿muitos setores da indústria¿. Segundo ele, as medidas de desoneração à indústria são uma parte importante do projeto, ¿mas não a mais importante¿, destacou.
Miguel Jorge não quis dar detalhes, mas falou que existe a possibilidade do programa de incentivos às indústrias ser anunciado ainda neste ano. De acordo com o ministro, isso ocorreria se a votação da CPMF fosse feita ainda nesta semana, o que permitiria protocolar a proposta de reforma tributária no Congresso.
Logo em seguida, disse Jorge, a proposta de política industrial seria submetida ao presidente Lula para, então, ser anunciada.
¿Temos de ser otimistas. Se a CPMF for aprovada agora, o protocolo da reforma tributária será feito ainda em dezembro, e deverá seguir ao presidente para, então, ser anunciada¿, explicou o ministro.
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