Título: Passageiro pagará mais por vôo em Congonhas
Autor: Leal, Luciana Nunes
Fonte: O Estado de São Paulo, 06/12/2007, Metropole, p. C3
Empresas acenam com repasse de custos advindos de pacote do governo
Depois de duas horas de reunião no Ministério da Defesa para discutir as novas medidas para evitar caos nos aeroportos, empresários do setor aéreo deixaram claro que o preço das passagens tende a aumentar, em especial dos vôos que partem de Congonhas ou chegam ao terminal. Segundo representantes das companhias, o aeroporto vai se tornar ¿de elite¿, a exemplo do National Airport de Washington e do La Guardia de Nova York, por onde passam os passageiros dispostos a pagar altos preços pelo conforto de ficar mais próximos do centro.
¿Tudo indica que parte do mercado continuará em Congonhas e parte será obrigada a ir para Guarulhos¿, afirmou o secretário-geral do conselho do Sindicato das Empresas Aeroviárias (Snea), Anchieta Helcias. O motivo do reajuste nos bilhetes aéreos é o aumento nas taxas de permanência nos aeroportos pagas pelas companhias. No caso de Congonhas, o acréscimo será de até 16.000%, no caso de o avião ficar parado no pátio mais de 166 minutos _ ou quase três horas. Em outros aeroportos, chegará a 5.200%.
Os empresários disseram que o reembolso aos passageiros por atrasos e cancelamentos de vôos, outra medida anunciada pelo governo, não pesará no preço das passagens, porque o pagamento ocorrerá em créditos para emissão de passagens futuras, em sistema semelhante ao de milhagem.
A secretária de Aviação Civil, Solange Vieira, ainda acenou com duas notícias que agradaram as companhias. A primeira é que está em estudo uma forma de compensar as empresas quando os atrasos e cancelamentos de vôos forem de responsabilidade da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) ou de órgãos ligados à Aeronáutica. Nesse caso, a compensação do poder público às empresas deverá ser feita por meio de descontos nas taxas de permanência nos aeroportos.
A segunda notícia foi a possibilidade de rever os aumentos das tarifas de permanência em determinados horários, quando os pátios dos aeroportos não estiverem lotados. As empresas deverão acatar as medidas sem reclamações em público, uma vez que Jobim acenou também com a possibilidade de rever algumas medidas durante o período de consulta pública.
ESTRANGEIRAS
As companhias aéreas estrangeiras não quiseram comentar as medidas ontem. Segundo o diretor de Facilitação da Junta de Representantes das Companhias Aéreas Internacionais no Brasil (Jurcaib), Hugo Graser, as companhias agora vão ¿digerir¿ as medidas. ¿Ainda é cedo para comentários.¿
-------------------------------------------------------------------------------- adicionada no sistema em: 06/12/2007 05:00