Título: PMDB avalia que só dois disputam vaga de Renan
Autor: Samarco, Christiane
Fonte: O Estado de São Paulo, 07/12/2007, Nacional, p. A6

Peemedebistas e petistas têm até terça-feira para convencer Sarney a concorrer ao cargo; caso senador não aceite, Garibaldi Alves é o favorito

Os petistas e peemedebistas que ainda insistem na candidatura de José Sarney (PMDB-AP) à presidência do Senado têm até terça-feira para convencê-lo a aceitar o posto. Do contrário, o franco favorito da bancada do PMDB para suceder Renan Calheiros (PMDB-AL), que renunciou na terça-feira, é mesmo Garibaldi Alves (RN).

Foi este o cenário que a cúpula do PMDB apresentou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em reunião realizada na noite de anteontem no Planalto. Embora Neuto De Conto (SC), Valter Pereira (MS) e Leomar Quintanilha (TO) também sejam candidatos, a direção partidária avalia que o processo sucessório já se afunilou em apenas dois nomes: Sarney, por aclamação, e Garibaldi.

No Planalto, o presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), abriu a conversa falando da ¿unidade real' do partido em torno de seu comando, para destacar o fim das disputas entre os peemedebistas da Câmara e do Senado. Foi a senha para que o presidente Lula se benzesse e fizesse um afago ao partido. ¿Fico feliz. Nestas brigas internas, vocês não têm avaliado a força do PMDB. Juntos, PMDB e PT têm força para nos mantermos no governo por muitos anos¿, afirmou Lula, de acordo com relato feito ao Estado por um dos presentes.

O presidente, segundo esse relato, também fez questão de registrar seu apreço por Sarney e deixar claro que gostaria de vê-lo à frente do Senado. ¿O Sarney é meu amigo. Tem todos os títulos para exercer qualquer cargo público no País¿, disse. Além de Temer e Sarney, participaram do encontro a líder do governo no Congresso, senadora Roseana Sarney (PMDB-MA), filha de Sarney, e o líder do partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN).

Ontem, porém, Lula disse que não vai interferir no processo sucessório do Senado. Em Belém, onde participou do encerramento do Encontro de Governadores da Frente Norte do Mercosul, ele foi enfático ao ser indagado se teria dado apoio a uma candidatura de Sarney. ¿Eu não vou tentar convencer o Sarney por dois motivos básicos: ele já disse para mim que não quer ser presidente do Senado; e, segundo, porque tenho juízo e sei que o Senado tem autonomia¿, afirmou, acrescentando em seguida: ¿E terceiro porque todo mundo sabe que o candidato sairá do PMDB e eu não sei quem vai ser.¿

Lula disse que não queria apostar em nenhum nome. ¿Não sei porque não sou senador e aprendi na política que é prudente a gente não dar palpite... O candidato que o partido indicar é o meu candidato.¿

Apesar da força de Garibaldi, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), e o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) insistiam ontem em que Sarney é a solução ideal para comandar o Congresso neste momento. ¿O presidente Sarney tem dito que não quer, mas um político, às vezes, tem de deixar de lado a posição pessoal para atender ao interesse coletivo¿, disse Jucá. Ao ser lembrado que o nome de Sarney não era consenso na Casa, o líder respondeu: ¿Nem Jesus Cristo agradou a todos, e foi crucificado. Nada é unanimidade.¿ COLABOROU RICARDO BRANDT

Links Patrocinados