Título: Avião venezuelano atacado na Bolívia
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 07/12/2007, Nacional, p. A18

Após ofensiva de manifestantes, aeronave militar seguiu para Rio Branco (AC), onde foi retida pela Polícia Federal

Rio Branco

Um avião Hércules C-130 da Força Aérea da Venezuela estava retido pela Polícia Federal até ontem à noite em Rio Branco (AC), após ter sido apedrejado na cidade boliviana de Riberalta, perto da fronteira com o Brasil. Segundo fontes militares consultadas pelo Estado, o avião recebeu autorização para fazer um pouso de emergência em território brasileiro, depois de emitir um alerta de pane mecânica e pane seca.

De acordo com senadores da oposição boliviana, o Hércules estaria carregado de armas e levava pelo menos 34 militares do Exército venezuelano. Segundo essas fontes, os militares estariam envolvidos no treinamento de milícias partidárias do presidente boliviano, Evo Morales. A existência do carregamento de armas não foi confirmada.

Depois que os manifestantes da oposição boliviana invadiram a pista em Riberalta e ameaçaram agredir os militares aos gritos de ¿chega de ingerência¿, o avião decolou rumo ao Brasil e recebeu autorização da Força Aérea Brasileira para pousar em Rio Branco. Segundo informações iniciais, o Hércules seria reabastecido em Porto Velho (RO), mas teve negada uma primeira autorização para pouso.

O avião, que aterrissou em Rio Branco por volta das 14 horas de Brasília, foi reparado e reabastecido no aeroporto local. Fontes militares disseram que ele estava pronto para partir após o reabastecimento, mas uma equipe da PF chegou à pista e assumiu o controle da operação. Os policiais interrogaram a tripulação venezuelana para esclarecer as circunstâncias do pouso de emergência. A tripulação passaria a noite no hangar local e voltaria hoje com o Hércules para Caracas. Mas, segundo o jornal A Tribuna, de Rio Branco, três políticos bolivianos de oposição - os senadores Paulo Bravo e Roger Pinto e o governador de Pando, Leopoldo Fernandes - chegarão hoje à cidade para pedir que o Hércules fique retido e seja vistoriado por uma comissão internacional para que se verifique qual é sua carga.

Em La Paz, Evo pediu desculpas ao governo de Hugo Chávez pelo apedrejamento da aeronave.

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