Título: Oposição discorda sobre tática para derrubar CPMF
Autor: Fernandes, Adriana; Veríssimo, Renata
Fonte: O Estado de São Paulo, 27/11/2007, Nacional, p. A4

A oposição diz ter certeza de que o governo não tem os 49 votos necessários para aprovar a emenda constitucional que prorroga a CPMF, mas não se entende quanto à tática para derrotá-lo no plenário. Os senadores do DEM querem votar logo, de tão certos que estão da vitória contra o governo. Os tucanos preferem manter a obstrução no plenário.

Ontem, a oposição quase teve a obstrução derrubada. O presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), manteve a sessão de votação de duas medidas provisórias, o que permitiria destravar a pauta e começar, finalmente, a contar as cinco sessões regimentais para a votação da CPMF. Viana contabilizou a presença no plenário dos tucanos Eduardo Azeredo (MG) e Mário Couto (PA). O líder do PSDB, Arthur Virgílio, reclamou e exigiu a revisão das notas taquigráficas da sessão, como prova de que ele havia declarado o partido em obstrução. Viana conferiu as notas e foi obrigado a derrubar a sessão.

PSDB e DEM marcaram para hoje uma reunião em que vão tentar afinar a estratégia sobre a CPMF. Enquanto o DEM tenta acelerar a tramitação do imposto do cheque na Casa, tucanos apostam em que a obstrução da pauta é a melhor saída. ¿Não se trata de acelerar, mas sim de cumprir os prazos regimentais. O governo não tem voto para aprovar a CPMF agora, então para que atrasar?¿, argumentou o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN). ¿Atrasar é dar mais tempo ao governo para cooptar senadores e conseguir a aprovação da matéria.¿

Já o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), defende a continuidade da obstrução. ¿Não sou a favor dessa história de acelerar porque tenho certeza de que o governo não terá os 49 votos e também porque, de qualquer maneira, a CPMF não seria votada agora. O governo terá pelo menos 15 dias, que é o prazo mínimo de tramitação, para construir votos em seu favor¿, afirmou. O tucano avisou que vai discutir o tema com a bancada do PSDB hoje, às 11 horas. ¿Vamos discutir com a bancada primeiro e, depois, vamos nos reunir com o pessoal do DEM¿, disse Virgílio. Juntos, os dois partidos têm 27 senadores.