Título: PMDB inclui na conta ministério para Lobão
Autor: Samarco, Christiane
Fonte: O Estado de São Paulo, 28/11/2007, Nacional, p. A4
Grupo de Sarney pressiona para ter de volta pasta de Minas e Energia
Uma das faturas do PMDB do Senado para aprovar a CPMF tem nome: é o do senador Edison Lobão (MA), que o partido quer ver na cadeira de ministro de Minas e Energia na virada do ano. A cúpula do PMDB obteve sinal verde do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à articulação conduzida pelo senador José Sarney (AP) e sua filha, a líder do governo no Congresso, senadora Roseana Sarney (MA), com o apoio do líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR).
O grupo de Sarney opera para recuperar o quanto antes o comando da pasta, que perdeu no fim de maio, com a demissão do ex-ministro Silas Rondeau. Nas conversas com o PMDB, no entanto, Lula avisou que não fará mudanças ¿de jeito nenhum¿ antes de aprovar a prorrogação da CPMF. Diante do aviso presidencial, a cúpula peemedebista do Senado articula para acelerar a votação da CPMF e, assim, assumir a pasta no fim de dezembro.
O sinal positivo do Planalto para que o nome de Lobão fosse trabalhado na bancada peemedebista, na base aliada e até na oposição foi dado ao próprio Sarney na semana passada. Em conversa com Lula, o senador insistiu na necessidade de uma solução rápida para o caso do Ministério de Minas e Energia e de o PMDB ter liberdade para indicar o novo ministro, até como forma pacificar a bancada peemedebista no Senado.
A ida de Sarney ao Planalto só foi possível porque, dias antes, Roseana tratou de abrir caminho para a articulação política em favor de Lobão, com uma pergunta direta ao presidente Lula. ¿Afinal, o cargo de ministro de Minas e Energia é ou não é do PMDB?¿, indagou a senadora. O presidente respondeu que sim, segundo relato de um peemedebista com trânsito no Palácio do Planalto. A cúpula do PMDB no Senado está satisfeita com a boa aceitação do nome de Lobão dentro e fora do partido.
A preocupação dos peemedebistas aumentou muito depois que a Petrobrás anunciou a descoberta da megajazida de petróleo na Bacia de Santos. A avaliação do partido foi de que isso valorizou o cacife do Ministério de Minas e Energia e atiçou a cobiça pelo cargo. A cúpula do PMDB está convencida de que o PT vai dar trabalho para abrir mão da pasta e, por isso mesmo, não tem dúvida de que a melhor hora para definir a questão é agora, quando estão em jogo os R$ 40 bilhões da CPMF.