Título: Oposição diz que derruba tributo
Autor: Fontes, Cida
Fonte: O Estado de São Paulo, 28/11/2007, Nacional, p. A5

Contabilizando 33 votos contra CPMF, DEM e PSDB desobstruem pauta e aguardam movimentos do governo

A oposição desistiu de apressar a votação da emenda constitucional que prorroga a CPMF até 2011, preferindo consolidar primeiro os votos em seu próprio reduto a enfrentar o governo no plenário. Em reunião conjunta das bancadas do PSDB e do DEM, os senadores tomaram duas decisões: suspender a obstrução da pauta de votações e seguir à risca o regimento do Senado.

¿Não vamos impor um calendário ao governo e nossa estratégia é cumprir todos os prazos¿, anunciou o líder do DEM, José Agripino (RN), acrescentando que, pelas avaliações feitas na reunião, a oposição teria mais de 33 votos contrários à prorrogação da CPMF. Para aprovar a emenda, o governo precisa de 49 votos - dos 81 senadores.

Com a desobstrução da pauta, a base governista conseguiu ontem, depois de aprovar duas medidas provisórias, iniciar a discussão da emenda, que vai até a próxima segunda-feira. A oposição aguardará os movimentos do Planalto, que também não decidiu que estratégia adotar daqui para frente.

¿Obedecendo todos os prazos, o primeiro turno de votação não ocorrerá antes de 17 de dezembro¿, previu o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM). Ele disse que o momento é de calma e racionalidade. ¿Uma coisa é ser impetuoso e outra é não deixar de ser cauteloso¿, prosseguiu o líder, que antes fez uma reunião com os tucanos. Segundo ele, o governo começa agora ¿a fase da chantagem e da barganha¿ para atrair votos em favor da CPMF.

Na semana passada, PSDB e DEM estavam divergentes sobre a melhor conduta para a votação da CPMF. O DEM, que faz uma oposição mais radical e já fechou questão contra a CPMF, queria apressar a votação para aproveitar o momento de desarticulação da base aliada, que coincide com a troca de ministro na coordenação política.

O PSDB, por sua vez, está mais inseguro em relação aos votos da oposição e queria pressa. Na avaliação de seus líderes, o governo tem capital político e pode acionar a máquina a qualquer momento para conquistar votos graças às nomeações e liberação de verbas.

A reunião foi para acertar os ponteiros. ¿O governo, se quiser, age em 72 horas para aprovar¿, avaliou Virgílio. ¿A base só vai votar quando quiser¿, emendou o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).

O peemedebista Jarbas Vasconcelos (PE) também participou da reunião da oposição.

FRASES

José Agripino Líder do DEM ¿Não vamos impor um calendário ao governo e nossa estratégia é cumprir todos os prazos¿

Arthur Virgílio Líder do PSDB ¿Obedecendo todos os prazos, o primeiro turno de votação não ocorrerá antes de 17 de dezembro¿

¿Uma coisa é ser impetuoso e outra é não deixar de ser cauteloso¿

¿O governo, se quiser, age em 72 horas para aprovar¿

Sérgio Guerra Presidente do PSDB ¿A base só vai votar quando quiser¿

Links Patrocinados