Título: Governo esvazia ala do PMDB contrária à CPMF
Autor: Samarco, Christiane
Fonte: O Estado de São Paulo, 29/11/2007, Nacional, p. A6
Grupo rebelde começou com 6 dos 20 senadores da bancada, encolheu para 4 e, após reunião com Múcio, poderia se reduzir a Jarbas e Mão Santa
Mingua a cada dia o grupo rebelde do PMDB do Senado contrário à prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). O time chegou a reunir 6 dos 20 senadores da bancada peemedebista, mas encolheu para 4. E mais: a poucas horas do jantar da bancada com o novo ministro de Relações Institucionais, deputado José Múcio (PTB-PE), ontem à noite, o grupo estava na iminência de se ver reduzido a uma dupla: Jarbas Vasconcellos (PE) e Mão Santa (PI).
A primeira baixa foi decorrência da sucessão do Congresso, que está em curso em meio à ofensiva do Planalto para prorrogar o imposto do cheque. Certo da impossibilidade de se eleger presidente do Senado à revelia do Planalto, o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) tratou logo de reabrir o diálogo. Foi muito bem recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva há cerca de um mês e não só declarou seu voto favorável à CPMF como ouviu o apelo para que ajude a conquistar novos apoios no PMDB e na oposição.
Não por acaso, apenas três senadores do PMDB atenderam à convocação do colega Geraldo Mesquita (AC) para uma conversa dos dissidentes, ontem de manhã, antes da reunião conjunta do DEM e do PSDB para organizar a resistência à prorrogação da CPMF. Embora tenha sido anfitrião de um outro jantar, em que os rebeldes planejaram a derrota do governo na votação da medida provisória que criava a Secretaria Estratégica de Ações de Longo Prazo e mais 600 cargos, o senador Valter Pereira (MS) está fora da lista de senadores contrários à CPMF.
Na conversa reservada do grupo dissidente, só Jarbas e Mão Santa bateram o martelo pela recusa ao tributo. ¿Não entendo que um partido possa fechar questão para manter ou elevar a carga. Isso nunca existiu em nenhum País do mundo; só no Brasil e no governo Lula¿, disse Jarbas. ¿Todos nos elegemos com o compromisso de baixar a carga tributária e a oportunidade é agora. Não porque é governo Lula, nem porque o presidente é do PT.¿
PRESSÃO DE LOUCO
Mão Santa queixou-se da ¿pressão de louco e de todo tipo¿ que estaria sofrendo para fechar com o Planalto. Disse que a toda hora recebe telefonema ¿de alguém do governo¿ - ontem foi procurado pelo ministro da Saúde, José Temporão. ¿Nunca sofri tanta pressão¿, declarou.
A julgar por dificuldades citadas por Pedro Simon (PMDB-RS), disse um dos presentes, está quase descartada a posição conjunta. Segundo a fonte, Simon falou da crise em seu Estado e de reunião com a governadora Yeda Crusius (PSDB), o ministro Guido Mantega (Fazenda), e os outros dois senadores gaúchos. Simon teria relatado um ¿compromisso¿ da bancada gaúcha de votar unida. Indagado pela reportagem, ele negou: ¿Não só não participei, como não me avisaram do resultado.
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