Título: Planalto monta 'sala de situação'
Autor: Nossa, Leonencio
Fonte: O Estado de São Paulo, 29/11/2007, Nacional, p. A7

Grupo de quatro ministros fará boletins diários sobre negociação da CPMF e analisará pendências com a base

Em meio aos esforços para aprovar a emenda que prorroga a CPMF até 2011, o Palácio do Planalto montou na manhã de ontem um grupo especial para resolver problemas e divergências na bancada governista no Senado. O governo espera votar ainda neste ano, no plenário, o imposto do cheque. A ¿sala de situação¿, como o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva batizou o grupo, é formada pelos ministros Guido Mantega (Fazenda), Dilma Rousseff (Casa Civil), Paulo Bernardo (Planejamento) e José Múcio (Relações Institucionais).

O grupo vai apresentar todos os dias um boletim ao presidente sobre as negociações com os senadores e análise das pendências com a base aliada. ¿É preciso rever todos os problemas na base, caso por caso¿, disse Lula a assessores.

A orientação do governo é que sejam atendidas demandas e cumpridos acordos já feitos. O Planalto quer ainda que os ministros se empenhem em conquistar o apoio público de senadores que defendem posição contrária à CPMF, mas têm interesse na aprovação da emenda. É o caso daqueles que pretendem disputar eleições para governos estaduais em 2010.

Ministros avaliam que o presidente entrou forte nas negociações e tomou as rédeas do processo com os parlamentares. Lula, a partir de agora, vai intensificar os contatos e manter conversas com os governadores e senadores. Os contatos começariam ontem mesmo.

Nesta semana, Lula terá encontros com pelo menos dois governadores, Paulo Hartung (ES) e Sérgio Cabral (RJ), ambos do PMDB. Nas viagens aos dois Estados, hoje e amanhã, Lula pedirá empenho de Hartung e Cabral nas negociações com as bancadas no Senado.

O presidente, segundo um interlocutor, mantém confiança nos ministros e assessores que estão nas negociações. É o caso do subchefe de Assuntos Parlamentares da Presidência, Marcos Lima, que foi acusado pelo senador Geraldo Mesquita (PMDB-AC), rebelde da base aliada, de tentar cooptar votos.

MINAS E ENERGIA

Uma demanda em especial não deve ser atendida por Lula. Assessores dizem que aumentou a pressão de setores do PMDB para que o presidente anuncie um nome do partido como titular da pasta de Minas e Energia.

Lula avisou que só conversa sobre o assunto após a aprovação da CPMF. Ele ainda quer Silas Rondeau - afastado do cargo em maio, depois de uma denúncia da Operação Navalha, da Polícia Federal - de volta ao ministério. Em público, Lula tem dito que aguarda a conclusão do Ministério Público sobre as investigações para tomar uma decisão.

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