Título: Oposição admite baixas e não quer votar imposto já
Autor: Moraes, Marcelo de
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/12/2007, Nacional, p. A8
Virgílio diz que 7 senadores contrários à CPMF não são mais votos confiáveis
Os partidos de oposição já avaliam que a ofensiva do governo para aprovar a CPMF no Senado começou a fazer baixas importantes em suas fileiras. Líderes de oposição admitem que não contabilizam mais o voto do senador Pedro Simon (PMDB-RS) como contrário à proposta, entendendo que ele deve acabar seguindo a orientação do PMDB de apoiar a prorrogação, principalmente por conta das negociações do governo federal para socorrer financeiramente o Rio Grande do Sul. Com baixas na oposição, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM) já não pretende votar a emenda que prorroga o imposto do cheque na próxima semana.
¿Sinto que meu adversário quer essa data. Quero meditar para não ser ingênuo¿, disse Virgílio. Segundo ele, sete senadores que já se manifestaram contra a CPMF não são votos confiáveis. ¿Não tenho dúvida de que há cooptação.¿
Na sessão do Senado, Simon foi provocado pelo líder do PSDB a se pronunciar sobre o assunto. O senador fez uma longa explanação sobre a crise financeira de seu Estado e afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderá se tornar quase um herói para os gaúchos se socorrer o Rio Grande do Sul. Mas não disse se votará contra a CPMF, como deseja a oposição. No máximo, garantiu que não se vinculou eventual ajuda ao Rio Grande do Sul em troca do voto favorável à CPMF.
¿Duvido que alguém chegasse para mim dizendo: `ajudo o Rio Grande para fazer o voto sair desse lado ou daquele lado¿. Agora, a nossa questão vai além da CPMF, não tem nada a ver com isso. A nossa questão é que o Rio Grande do Sul está num momento dramático e ninguém está olhando para nós.¿
Para a oposição, no entanto, será muito desconfortável para o senador gaúcho não acompanhar o voto pró-CPMF se o governo realmente acenar com uma ajuda consistente a seu Estado. Seria a repetição do caso de outro senador gaúcho, Sérgio Zambiasi (PTB), que pretendia votar contra a CPMF, mas admite que sua prioridade é o Rio Grande do Sul.
Entre os tucanos, o Planalto tem pedido aos governadores que pressionem seus aliados no Senado acenando com possíveis ajudas no futuro. Virgílio criticou esse comportamento, dizendo que não pode aceitar eventuais retaliações aos Estados governados pelo PSDB caso a CPMF seja derrubada. E classificou esse comportamento como ¿chantagem¿.
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