Título: Grupo Odebrecht nega ter recebido 'benesse do Estado'
Autor: Brito, Agnaldo
Fonte: O Estado de São Paulo, 30/11/2007, Negocios, p. B22

Empresa estuda processar Boris Gorenztvaig, sócio da Petroquímica Triunfo, que acusa o grupo de corrupção

O Grupo Odebrecht distribuiu ontem uma carta a partir da qual nega que tenha recebido ¿benesse do Estado¿ para formar a Braskem, maior petroquímica da América Latina. A acusação foi feita ontem pelo empresário Boris Gorentzvaig, sócio da Petroquímica Triunfo. Em entrevista ontem ao Estado, Gorentzvaig acusou o governo Lula de estar patrocinando ¿com dinheiro público¿ a formação de um duopólio do setor no Brasil.

Disse ainda que a Odebrecht é o grupo mais favorecido com essas medidas e fez uma acusação pesada: ¿Talvez a razão do meu insucesso é que não sei trabalhar com corrupção¿.

A Odebrecht classificou a acusação como ¿inadmissível¿ e feita com ¿evidentes interesses escusos¿ e com ¿claro propósito de perturbar o processo de consolidação do setor petroquímico nacional¿. Em nota, a Odebrecht afirma que já analisa ingressar com um processo contra o empresário por proferir ¿calúnias e injúrias¿.

¿A honra da nossa empresa e de seus dirigentes não pode ser atingida por declarações irresponsáveis de alguém cujo histórico empresarial é simbolizado em suas próprias palavras quando relata a decadência de seus negócios¿, escreveu a empresa.

O grupo diz ter a maior companhia petroquímica da América Latina, como parte de um esforço de 28 anos e investimentos de mais de US$ 3 bilhões. Tudo, ainda segundo a nota, de ¿forma (...) transparente e dentro da lei e das regras estabelecidas pelos agentes reguladores¿.

Gorentzvaig também criticou a participação da Petrobrás na redefinição do setor petroquímico brasileiro. O empresário enfrenta uma disputa judicial com a Petroquisa (braço petroquímico da Petrobrás) pelo controle da Triunfo, no Rio Grande do Sul. A empresa é apontada como uma das operações do pólo que terá de ser assumida pela Braskem, dentro da lógica de consolidação do pólo imposta depois da aquisição do Grupo Ipiranga, em março.

A Odebrecht diz que a participação da Petrobrás na remodelação do setor, processo que está na fase final, é ¿importante para assegurar escala, produtividade e capacidade de desenvolvimento tecnológico¿. Condições, diz a nota, para enfrentar a concorrência internacional.

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