Título: Lula e Sarney trocam elogios
Autor: Scinocca, Ana Paula
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/12/2007, Nacional, p. A7

Presidente esteve no Estado do senador lançando obras

Embora tenha evitado falar nos últimos dias sobre o processo de escolha do substituto de Renan Calheiros (PMDB-AL) na presidência do Senado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu todas as pistas ontem sobre quem é seu candidato na disputa. Em visita a Macapá, capital do Estado pelo qual é eleito José Sarney (PMDB), Lula fez questão de demonstrar sintonia com o senador.

¿O presidente Sarney tem sido um companheiro nos momentos mais difíceis e de todas as horas¿, disse Lula, agradecendo os conselhos dados pelo senador em períodos de crise. Sarney respondeu: ¿Um homem que consegue sair da caatinga do Nordeste como retirante e chega a São Paulo, conquista o grande centro e torna-se o líder que é hoje é o maior líder da história contemporânea brasileira.¿

Sarney é o nome mais forte do PMDB na disputa pela presidência do Senado. O senador, porém, vem negando exaustivamente a intenção de ser candidato.

Mas o encontro em público no reduto eleitoral de Sarney, às vésperas da eleição que definirá o novo comandante do Senado, deixou claro que a sintonia entre ambos está mais forte do que nunca. O senador chegou a chamar Lula de ¿patrimônio nacional¿ e ¿orgulho para todos¿. Sarney esteve todo o tempo ao lado de Lula em um jantar oferecido pelo governador do Amapá, Waldez Góes, na quinta à noite.

No anúncio de obras, Lula fez questão de deixar Sarney apresentar uma das medidas mais esperadas da cerimônia: a construção da hidrelétrica de Santo Antônio. ¿Eu não iria falar esperando que ele (Lula) o fizesse, mas ele me deu mais uma vez essa grande gentileza de sua parte que é anunciar ao povo hoje uma publicação no Diário Oficial da União que assegura a construção da hidrelétrica¿, discursou o senador.

Neste momento de dificuldades no Senado, Lula apontou Sarney como exemplo a ser seguido. ¿O Sarney foi presidente deste país quando o PMDB tinha 23 governadores e 306 constituintes. Mas ele comeu o pão que o diabo amassou. Tinha mais gente no PMDB querendo que ele não desse certo¿, lembrou. E conclui: ¿É preciso acabar com isso no Brasil. O momento da disputa é o momento eleitoral. Depois, é preciso ter tempo de governança.¿

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