Título: Venezuelano é agredido na Bolívia
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Fonte: O Estado de São Paulo, 08/12/2007, Internacional, p. A29

Funcionário do governo de Caracas, que estava no avião apedrejado, carregava mala com milhares de dólares

O ministro da Presidência da Bolívia, Juan Ramón Quintana, confirmou ontem que um funcionário do governo venezuelano carregando uma mala cheia de dinheiro deixou o Hércules C-130 antes que o avião militar da Venezuela partisse de Riberalta, ao ser apedrejado por moradores.

Segundo o jornal boliviano La Prensa, Luis Michel Ferrel quase foi linchado pela população quando fugiu do aeroporto ao tentar chegar à cidade de Guayaramerín. Ferrel é funcionário do Banco de Desenvolvimento da Venezuela.

Quando moradores descobriram a identidade de Ferrel, o atacaram no centro de Riberalta e queimaram a caminhonete que ele usava para tentar fugir da cidade.

O ministro afirmou que o venezuelano só foi salvo porque a polícia chegou a tempo e controlou a multidão. Já o jornal de Caracas El Universal informou que o venezuelano não correu perigo, já que os moradores apenas o cercaram e o entregaram para a polícia. O chefe da polícia local, Miguel Ángel Villarroel, afirmou que o venezuelano foi levado para delegacia de Riberalta e, em seguida, escoltado para Guayaramerín.

DÓLARES

Villarroel confirmou que o venezuelano carregava uma grande quantia de dinheiro. Segundo o La Prensa, seriam US$ 872 mil, mas a imprensa venezuelana informou que ele portava cerca de US$ 162 mil. Ainda não há informações sobre a procedência ou o destino do dinheiro.

Não é a primeira vez que um venezuelano chega a um aeroporto latino-americano carregando uma maleta de dinheiro enviado pelo governo de Caracas. No início de agosto, o empresário venezuelano Guido Antonini Wilson desembarcou em Buenos Aires, num jato privado, com US$ 790 mil que não haviam sido declarados. Wilson disse que integrava a comitiva do presidente Chávez e, ao ser questionado sobre o conteúdo da mala, disse que havia somente livros.

O caso, que ficou conhecido como o ¿escândalo da mala¿, acabou derrubando o diretor do Órgão de Fiscalização de Estradas, Claudio Uberti, que era homem de confiança do ministro do Planejamento e Obras Públicas, Julio De Vido. A Justiça argentina divulgou que Uberti era um dos nove passageiros do jatinho.

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