Título: Índios seqüestram comissário da ONU
Autor: Veríssimo, Renata
Fonte: O Estado de São Paulo, 10/12/2007, Nacional, p. A9

Além de membro da Organização das Nações Unidas, procurador também está em poder de grupo cinta-larga

Índios cintas-largas em Rondônia mantêm como reféns desde sábado o oficial do alto comissariado da Organização das Nações Unidas (ONU) em Genebra, David Martins Castro, e o procurador da República no Estado, Reginaldo Pereira da Trindade. Eles visitavam a Reserva Roosevelt, onde ficam as aldeias indígenas da etnia. O delegado sindical da cidade de Espigão do Oeste, Celso Fantim, contou ao Estado que o seqüestro foi comunicado às autoridades locais por meio de um bilhete entregue por um dos índios. Há informações preliminares de que um funcionário da Funai e um motorista da prefeitura de Espigão também estão detidos.

A assessoria da Polícia Federal disse que só foi informada do seqüestro pelo Ministério Público, no início da tarde de ontem. Entre as reivindicações, os índios pedem a retirada de todos os processos judiciais contra eles, o abrandamento na fiscalização da Polícia Federal para conter o contrabando de diamantes na reserva e melhoria do serviço prestado pela Funai. Os índios cintas-largas foram responsáveis pelo massacre de 29 garimpeiros em abril de 2004 e lutam para manter a soberania total sobre a Reserva Roosevelt. Eles querem o direito exclusivo de explorar as riquezas minerais e naturais.

O risco de alguma autoridade ser detida já havia sido comunicado, há três meses, à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e ao Exército. Os riscos aumentaram há cerca de um mês, quando a PF apreendeu 44 diamantes contrabandeados.

A PF diz que a Funai avisou no sábado que faria visita à reserva para acompanhar representante da ONU e o procurador, mas não solicitou policiais. A sede da ONU em Brasília não sabia da visita de David Castro e foi avisada pelo Estado.

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