Título: 'Bom senso vai prevalecer', aposta Lula
Autor: Monteiro, Tania
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/12/2007, Nacional, p. A5

Em seu programa de rádio, presidente diz que na hora de votar a CPMF oposição no Senado vai refletir melhor

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou ontem, em seu programa semanal de rádio, Café com o Presidente, que está certo da aprovação da CPMF. ¿Primeiro, porque acho que os senadores são responsáveis, têm preocupações com o Brasil e sabem qual é a finalidade e para que serve a CPMF. Isso me deixa tranqüilo.¿ Em segundo lugar, disse que há momento para debate e oposição, mas, na hora de votar, os opositores vão refletir melhor. ¿Pensarão na sociedade, porque 50% do dinheiro da saúde que é repassado para os Estados é da CPMF. Isso é que me convence de que os senadores irão aprovar a CPMF.¿

Ouça o Café com o Presidente

Lula ressaltou que se trata de uma ¿questão de responsabilidade¿ e, por isso, está tranqüilo, convencido de que a maioria quer votar favoravelmente ao imposto. ¿Obviamente que tem pressão de um ou de outro partido, mas eu acho que o bom senso vai prevalecer¿, opinou.

Ele fez a gravação na Argentina, onde foi à posse de Cristina Kirchner na Presidência. ¿É uma coisa normal que está acontecendo, a diferença entre o discurso dos governadores e o discurso de alguns senadores. Essa discordância entre aquilo que é o discurso do prefeito e dos governadores e o dos senadores certamente irá se arrumar terça-feira, quando eles tiverem de votar¿, frisou. ¿Estou convencido de que o Senado está maduro, preparado para fazer essa votação, sabendo que não é possível fazer um corte orçamentário de R$ 40 bilhões.¿

Ao ser indaga como ficarão os setores que dependem da CPMF se for derrubada, respondeu que nem pensa nessa possibilidade. ¿O que é importante é o seguinte: os beneficiários da CPMF são as pessoas mais pobres deste país.¿

Apesar do tom otimista, nos contatos do presidente e dos negociadores do Planalto com senadores aliados e oposicionistas fica claro que o governo avalia que a situação da CPMF é ruim. Eles chegaram a citar as dificuldades de 2003, quando a equipe econômica cortou, num primeiro momento, R$ 14 bilhões do Orçamento da União.

O ministro da Justiça, Tarso Genro, também falou de dificuldades. Num recado aos dez Estados que já se candidataram a verbas do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), avisou: ¿Se eu não tiver R$ 6,7 bilhões para aplicar no Pronasci, vou ter de rebolar para que seja mantido com menos recursos e, portanto, despotencializado.¿

O próprio Lula deu ordem para deixar sua agenda liberada na tarde de hoje, para poder ajudar nas conversações com os senadores. ¿Não faltam votos, mas presenças¿, disse o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), depois de sair de uma reunião com o ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro.

¿Precisamos de todos os votos¿, emendou José Múcio. Ele não quis falar em números. ¿Tenho os votos que já tinha na sexta, mais os que desconfio que tenho hoje¿, brincou, acrescentando que ¿não seria responsável¿ o governo partir para uma votação do tipo ¿tudo ou nada¿ sem ter a garantia dos votos.

Indagado se o governo poderia suspender os repasses sociais caso a CPMF caia, respondeu: ¿Acho ruim dizer isso, parece ameaça. Prefiro lembrar aos senadores que estes recursos são destinados a estes programas e esclarecer que não teremos outros recursos para pagar isso.¿

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