Título: Cerimônia no Incor vira ato pró-CPMF
Autor: Amorim, Silvia
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/12/2007, Nacional, p. A5

Serra, Jatene e representante de Temporão defendem tributo

À espera da votação no Senado da prorrogação da CPMF, a inauguração de uma nova unidade de internação infantil no Instituto do Coração (Incor), em São Paulo, virou ato em defesa do imposto do cheque. O governador José Serra (PSDB), o secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, José Carvalho de Noronha, representando o ministro José Gomes Temporão, e até o autor da lei que criou o imposto do cheque, em 1996, o ex-ministro Adib Jatene, pediram ontem a aprovação da emenda pela continuidade do tributo até 2011.

Noronha foi o mais enfático. ¿Não podemos condenar e jogar no ralo programas da saúde com os governos estaduais¿, argumentou. E desafiou: ¿Quem duvida para onde vai parte substantiva da CPMF, é só visitar esta unidade¿, disse, em resposta a críticas dos oposicionistas.

O representante do ministro falou em ¿cruzada final¿ do governo para aprovar a CPMF. ¿O ministro Temporão ficou em Brasília, a pedido do presidente Lula, nessa cruzada final, para que não sejam subtraídos da saúde R$ 20 bilhões.¿

'BOLA DO GOVERNO'

Serra, que se reuniu pela manhã com o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), disse que tem expectativa de um entendimento entre governo e oposição. ¿Eu gostaria que houvesse uma negociação que pudesse beneficiar a área da saúde no Brasil, que carece de muitos recursos. Estamos na expectativa.¿

O tucano, entretanto, disse que a solução para o impasse não está nos Estados nem na oposição. ¿Isso não depende só da oposição. Depende muito do governo. Sem dúvida, a bola sempre esteve mais nos pés do governo¿, afirmou.

Embora admita conversas com parlamentares do PSDB, Serra negou que esteja interferindo na decisão da bancada tucana, que fechou questão contra a CPMF. ¿Esse é um assunto estrito da bancada no Senado¿, disse.

Segundo Noronha, de R$ 16 bilhões previstos para serem repassados a São Paulo para a saúde nos próximos quatro anos, R$ 3 bilhões vêm da CPMF.

O cardiologista e ministro da Saúde no governo Fernando Henrique, Adib Jatene, que também participou da cerimônia no Incor, foi categórico ao falar sobre a importância do tributo. ¿A CPMF foi criada como provisória, aguardando uma reforma financeira. Como essa reforma financeira não aconteceu até hoje, não há como abrir mão de um recurso desse tipo¿, ressaltou Jatene, que encaminhou ao Congresso, em 1996, o texto que criou o imposto do cheque.

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