Título: Garibaldi chega como candidato único hoje para suceder a Renan
Autor: Lopes, Eugênia
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/12/2007, Nacional, p. A8

Aliados do Planalto forçam desistência de três candidatos e vencem disputa na bancada do PMDB por 13 votos a 6

O senador Garibaldi Alves (RN) confirmou o favoritismo, venceu o gaúcho Pedro Simon na disputa interna do PMDB e chega hoje ao plenário como candidato único à sucessão de Renan Calheiros (PMDB-AL) na presidência do Senado. Por um placar de 13 votos a 6, os aliados do Planalto, tendo à frente os senadores José Sarney (PMDB-AP) e o próprio Renan, conseguiram eleger o candidato do grupo, depois de forçar a desistência de outros três concorrentes: Valter Pereira (MS), Leomar Quintanilha (TO) e Neuto de Conto (SC).

A eleição de Garibaldi à presidência do Senado, por voto secreto no plenário, está marcada para o meio-dia. Ele não terá dificuldade para atingir o mínimo de 41 votos necessários. Os seis peemedebistas que preferiram Simon na briga interna avisaram que aceitam a derrota e votam em Garibaldi no plenário. Da mesma forma, aliados do PT que trabalharam por Simon também prometeram respeitar a escolha do PMDB. Garibaldi contará, ainda, com o apoio do PSDB e do DEM.

Da bancada de 20 senadores do PMDB, apenas a líder do governo no Congresso, Roseana Sarney (MA), não compareceu. Ela continua internada no Hospital Sarah Kubitschek em Brasília, com o braço esquerdo sob tração, depois de cirurgia para corrigir uma fratura no pulso, sofrida no fim de semana. Se ela estivesse presente, Garibaldi teria vencido por um placar de 14 a 6. Dois de seus adversários - Quintanilha e Valter Pereira - desistiram em favor do vitorioso. ¿Para mim, a bancada saiu unida¿, avaliou o líder Valdir Raupp (RO) ao fim da reunião.

CAMPANHA

Depois de mais de um mês de campanha, em que trabalhou duro para quebrar as resistências do Planalto, Garibaldi passou a reta final tentando se livrar do carimbo de governista. Dentro da bancada não teve sucesso. Todos os votos do grupo rebelde, que o próprio Garibaldi integrara, preferiram a alternativa Simon. Foi assim com Jarbas Vasconcelos (PE), Mão Santa (PI), Gerson Camata (ES), Geraldo Mesquita (AC) e Neuto de Conto. Este foi o único que saiu magoado da reunião.

Embora estreante no Senado - ele só deixou a condição de suplente e assumiu a vaga de titular quando Leonel Pavan foi eleito vice-governador de Santa Catarina -, Conto acreditou que poderia sair vitorioso na disputa interna e chegar à presidência do Senado. Sua candidatura foi estimulada pelo líder do DEM na Casa, José Agripino (RN), e, por isto mesmo, acabou sendo descartada por Raupp, Renan e Sarney.

A avaliação feita nos bastidores da bancada ontem foi de que Agripino incentivou Conto contra Garibaldi de olho na eleição para o Senado em 2010. Como estarão em disputa duas vagas de senador pelo Rio Grande do Norte, fortalecer Garibaldi com a presidência do Congresso não é bom negócio.

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