Título: Presos no Maranhão 7 prefeitos
Autor: Beckman, Suzana
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/12/2007, Nacional, p. A19
Outras 73 pessoas acusadas de desvio foram detidas pela Polícia Federal; rombo é estimado em R$ 31 milhões
Sete prefeitos do interior do Maranhão e outras 73 pessoas foram presos entre a madrugada e o início da tarde de ontem, na operação deflagrada pela Polícia Federal em dois municípios do Piauí e 14 do Maranhão - Estado em que foram cumpridos 111 mandados de prisão e 122 de busca e apreensão. A Operação Rapina desbaratou esquema de corrupção e desvio de verbas federais destinadas a projetos dos municípios.
Havia nove mandados para prefeitos do interior do Maranhão, sete dos quais estavam cumpridos até o fim da tarde de ontem. Foram presos os prefeitos de Axixá, Sônia Campos (DEM); de Araioses, José Cardoso do Nascimento, o Zé Tude (PSC); de Nina Rodrigues, Iara Quaresma (PDT); de Governador Newton Bello, Francimar Marcolino da Silva, o Mazinho (PMDB); de São Luís Gonzaga, Luís Gonzaga Fortes (PT do B); de Paulo Ramos, João Noronha (PMDB); e o prefeito de Tuntum, Cleomar Tema Cunha (DEM), que também é presidente da Federação dos Municípios do Estado. Na fazenda do prefeito de Governador Newton Bello, por exemplo, foram apreendidos também carros, motos e armas sem registro.
Estão foragidos os prefeitos de Urbano Santos e Tufilândia. As prisões são temporárias, período em que os detidos prestarão depoimento à PF. Para os suspeitos que não forem localizados, a prisão será preventiva.
Também estão presos empresários, contadores, secretários municipais, membros de comissões de licitação, ex-gestores e parentes dos acusados. Foram detidos ainda três técnicos do Tribunal de Contas do Maranhão. Segundo a PF, eles emitiam relatórios favoráveis à aprovação da prestação de contas desses municípios.
Desde que as investigações começaram, em janeiro do ano passado, as estimativas da Controladoria-Geral da União (CGU) são de que o grupo tenha desviado R$ 31 milhões em repasses federais. Os acusados presos ontem deverão responder pelos crimes de formação de quadrilha, peculato, corrupção ativa e passiva e fraudes em licitação.
Reunidos com os advogados, os prefeitos já negociam sua libertação. A prefeita Sônia Campos, de Axixá, por exemplo, já prestou depoimento e tenta a revogação de sua prisão no Tribunal Regional Federal em Brasília, responsável pela emissão dos mandados.
A operação é uma das maiores já realizadas no Maranhão e utiliza 503 policiais de 16 Estados brasileiros, além de 20 funcionários da CGU.
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