Título: Berzoini vence eleição no PT e põe legenda de olho em 2010
Autor: Oliveira, Clarissa
Fonte: O Estado de São Paulo, 18/12/2007, Nacional, p. A9

Deputado defende que sigla tenha candidato próprio à sucessão de Lula

O deputado Ricardo Berzoini (SP) confirmou o favoritismo e conquistou ontem um novo mandato de dois anos na presidência nacional do PT. Conduzido ao cargo pela primeira vez em 2005, logo após o escândalo do mensalão, o parlamentar assume seu segundo mandato já de olho na estratégia para a eleição presidencial de 2010.

A partir do mês que vem, Berzoini vai liderar as articulações para a eleição municipal de 2008. Mas, ao mesmo tempo, conduzirá as discussões sobre candidatura e programa de governo para a briga pelo Palácio do Planalto. ¿O PT tem que se convencer de que tem que apresentar um programa político, administrativo e ideológico que seja um aprofundamento e uma continuidade para os oito anos de Lula¿, disse o deputado, que avalia que o partido tem ¿todas as razões¿ para ter candidato próprio em 2010.

Berzoini venceu o deputado Jilmar Tatto (SP) no segundo turno da eleição do PT, realizado no domingo. A vitória foi confirmada ontem à tarde, com a contagem de votos ainda em andamento. Às 20 horas, com cerca de 95% das urnas apuradas, Berzoini tinha 103.607 votos, o que equivale a 62,7% dos votos válidos. Tatto tinha 61.637 votos, ou 37,3%. Votos em branco e nulos somavam 9.673, elevando o total de votos para 174.917.

Candidato da chapa Construindo um Novo Brasil, Berzoini representa o grupo conhecido como o antigo Campo Majoritário do PT, que deu as cartas no partido nos últimos anos e tem entre seus principais expoentes o ex-ministro da Casa Civil e réu do mensalão José Dirceu e o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Acusado de representar o ¿continuísmo¿ durante a campanha, Berzoini era a opção natural do Planalto para a vaga, por causa do alinhamento entre o governo e a direção partidária que marcou sua gestão.

Na disputa, Tatto foi dono do discurso pela independência do PT em relação ao governo e, sobretudo, da candidatura própria à Presidência em 2010. Representante da chapa Partido é para Lutar, ele reuniu três grupos em torno de seu nome - PT de Luta e de Massa, Novo Rumo para o PT e Movimento PT.

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