Título: Lula quer reforma tributária sem nova CPMF
Autor: Lu Aiko Otta
Fonte: O Estado de São Paulo, 20/12/2007, Nacional, p. A5
Jucá diz que governo vai ¿aproveitar os ensinamentos¿ e construir nova proposta com base e oposição
Embora o governo afirme que não aumentará tributos para compensar a extinção da CPMF, a adoção de alguma medida nessa área não está fora do radar do Planalto. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva apenas adiou as discussões para fevereiro. Até lá, pretende aguardar a votação do Orçamento e observar o comportamento da arrecadação.
Há no governo uma torcida para que cortes nas despesas e receitas mais robustas, graças ao crescimento econômico, dêem para cobrir o rombo de R$ 40 bilhões aberto com o fim da CPMF. ¿O crescimento não cobre o rombo da CPMF¿, avaliou a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC). ¿Acredito que teremos, sim, algo tributário.¿
Os planos do governo para aumentar a arrecadação passam pela reforma tributária. ¿Vamos aproveitar os ensinamentos da votação da CPMF e construir uma nova proposta com a base e com a oposição¿, disse o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). As discussões começarão em fevereiro.
Jucá informou que o governo não vai propor, nessa reforma, a criação de contribuição específica para financiar a saúde. A proposta começou a ser estudada quando surgiram os primeiros sinais de que o governo poderia perder a CPMF. Ficou, porém, comprometida depois que Mantega disse ao Estado que a contribuição poderia ser criada por medida provisória. Com a repercussão negativa, Lula desautorizou-o e pôs em banho-maria qualquer aumento de carga tributária. Mas nada impede que algum senador apresente a proposta.
O PSDB quase apoiou a CPMF quando Lula prometeu que a arrecadação iria toda para a saúde. O governo já deu sinais de que esse pode ser um ponto de aproximação com a oposição.
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