Título: PMDB cobra cargos prometidos pelo governo
Autor: Samarco, Christiane
Fonte: O Estado de São Paulo, 20/12/2007, Nacional, p. A8

Lula afirma que em meados de janeiro vai chamar Temer, presidente da legenda, para tratar das ¿pendências¿

A pretexto de exibir a unidade interna do PMDB, a cúpula do partido deu um recado objetivo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva ontem. Se o governo quiser ter um aliado na presidência do Senado em 2008, que trate bem o PMDB e entregue os cargos há muito prometidos, entre os quais o de ministro de Minas e Energia. A mensagem, transmitida de maneira sutil e em tom cordial, foi bem entendida. Lula disse que convocará o presidente nacional da sigla, deputado Michel Temer (SP), por volta do dia 10 de janeiro para tratar das ¿pendências¿.

O aviso ficou claro nas palavras do novo presidente do Senado, Garibaldi Alves (RN). ¿Quero colaborar com o governo, mas sou um homem de partido. Acompanharei o PMDB em todas as decisões que o partido tomar¿, disse a Lula.

Além de Temer e Garibaldi, o senador José Sarney (PMDB-AP) participou do encontro com o presidente na tarde de ontem, no Planalto. Sua presença foi decidida pela cúpula peemedebista para lembrar a Lula que o candidato a ministro de Minas e Energia sairá de seu grupo. Já de volta ao Congresso, Temer relatou que o ministério entrou na conversa, mas não se falou de nomes. Na bancada do Senado, o único cotado é Edison Lobão (MA).

Senadores do PMDB estão irritados também com a lentidão no cumprimento de promessas de nomeação na Eletrobrás, Eletronorte e outras empresas do setor elétrico. Como o partido não é o único insatisfeito, Lula disse que quer zerar pendências com outras legendas. ¿Quero começar o ano legislativo com tudo resolvido¿, insistiu.

Mas não será tarefa fácil pacificar a base aliada. Para complicar mais a relação com o governo, a cúpula peemedebista identificou um movimento de setores do PT para tomar do partido a liderança do governo no Senado - hoje o líder é Romero Jucá (PMDB-RR), que tem sido responsabilizado pela derrota na votação da CPMF.

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