Título: Desemprego no País é o mais baixo desde 2002
Autor: Farid, Jacqueline
Fonte: O Estado de São Paulo, 21/12/2007, Economia, p. B3

Taxa caiu para 8,2% em novembro e deve fechar o ano em um dígito

A taxa de desemprego anual de 2007 será a menor da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e, pela primeira vez, ficará em um dígito, informou o gerente da pesquisa mensal de emprego do IBGE, Cimar Azeredo. Ontem, o instituto divulgou o índice de 8,2% nas seis principais regiões metropolitanas do País em novembro, o mais baixo da série, iniciada em março de 2002. Em outubro, havia sido de 8,7%.

No ano passado, o índice médio anual de desemprego foi de 10%. No acumulado de janeiro a novembro de 2007, ficou em 9,5%. ¿Está praticamente garantido que fecharemos 2007 com taxa de um dígito, batendo um recorde¿, disse Azeredo. Para ele, o recuo reflete o ¿cenário econômico favorável¿ do ano.

O mercado de trabalho mostrou também aumento do rendimento, das contratações com carteira assinada, da criação de vagas e da redução do número de desempregados.

Para Claudia Oshiro, da Tendências Consultoria, os dados ¿surpreenderam positivamente¿. Os analistas previam uma taxa de 8,5%. Ela avalia que a melhora do mercado de trabalho ante o mês anterior ¿reflete o aquecimento da atividade econômica¿ e os dados apontam para a continuidade da demanda interna aquecida.

O número de ocupados chegou a 21,44 milhões e aumentou 0,7% de outubro para novembro, o que significa 148 mil novas vagas de um mês para o outro. Em relação a novembro de 2006, foram 717 mil vagas. Outro dado positivo foi a queda significativa no grupo dos desocupados (sem trabalho e procurando emprego), de 5% ante outubro e de 12,5% na comparação com igual mês de 2006.

O número de desocupados, que somou 1,9 milhão em novembro, foi o menor para um mês de novembro da série. Esse número só havia ficado abaixo de 2 milhões nos meses de dezembro de 2005 e 2006.

RENDA E FORMALIDADE

O número de trabalhadores com carteira assinada aumentou 1,5% em novembro ante outubro. Das 148 mil vagas abertas de um mês para o outro, 137 mil foram com registro. Na comparação com novembro de 2006, o emprego formal cresceu 8,2% (709 mil vagas), a maior variação da série. ¿Como contratar com carteira tem um custo maior, o aumento só ocorre em momentos de bom desempenho da economia¿, disse Azeredo.

O porcentual de trabalhadores com carteira no total de ocupados nas seis regiões aumentou muito de novembro de 2002, quando era de 40,5%, para novembro deste ano, quando chegou a 43,4%. Segundo o gerente, há ¿um boom¿ no emprego com carteira em 2007. Mas ele ressalta que os empregos formais ainda são menos de 50% do total.

No que diz respeito à renda, os aumentos do rendimento médio real da população ocupada apurados em novembro, de 1,3% ante outubro e de 2,4% na comparação com novembro de 2006, ¿mostram uma recuperação forte do poder de compra dos trabalhadores¿, segundo observou Azeredo.

Mas o rendimento de R$ 1.143,60 apurado no mês ainda é inferior ao de novembro de 2002 (R$ 1.167,96). Na média de janeiro a novembro de 2007, o rendimento médio real teve aumento de 3,3% ante igual período do ano passado. A expansão é menor que a apurada em igual período de 2006, na comparação de janeiro com novembro de 2005, quando a renda havia aumentado 4%.

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