Título: Ofensiva inclui assédio à base
Autor: Scinocca , Ana Paula
Fonte: O Estado de São Paulo, 24/12/2007, Nacional, p. A5

PSDB já marcou encontro com presidente do PMDB

Como parte da ofensiva em 2008, a oposição pretende reforçar sua estrutura para colher bons resultados nas eleições municipais. O PSDB vai organizar um inventário de sua situação em todo o País, realizar campanha de filiações e reaproximar-se de aliados políticos. Isso inclui até mesmo partidos da base política do governo.

Nesta semana, o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), terá encontro com o presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), como primeiro passo na reabertura das conversas. No ano passado, fatia importante dos peemedebistas, que agora integram o Conselho Político do governo, fez parceria eleitoral com os tucanos. Além de Temer, Guerra quer retomar os contatos com governadores do partido, como Luiz Henrique (SC).

A temporada de rearticulações começou já na semana passada, com a visita de Guerra ao PPS. Outro foco do senador é o PSB, que tem como principal estrela seu amigo e governador de Pernambuco, Eduardo Campos.

Apesar de alguns percalços e intrigas, a aliança entre PSDB e DEM fecha o ano intacta. ¿Não há problema entre nós¿, comentou Guerra, após o primeiro encontro formal com o presidente da sigla aliada, deputado Rodrigo Maia (RJ), para acertar os ponteiros e organizar a oposição daqui para frente. Nos últimos meses, enquanto o DEM exibia a bandeira do fim da CPMF, o PSDB sofria as pressões dos governadores, especialmente Aécio Neves (MG) e José Serra (SP), que queriam aprovar sua prorrogação.

AUTOCONFIANÇA

¿Estamos inaugurando uma fase nova. Houve um reencontro entre PSDB e DEM, sacramentado pela CPMF¿, disse o líder do DEM, senador José Agripino (RN). Divididos entre os interesses administrativos dos governadores e a pressão dos deputados, que votaram contra o tributo, os senadores tucanos reconhecem a experiência inédita. ¿Foi uma injeção de autoconfiança da oposição, que estava sem vitórias significativas¿, avaliou o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). ¿Começaremos 2008 com uma oposição mais aguerrida e disposta a enfrentar as aberrações do governo.¿

Com 27 votos no Senado, a oposição pode infernizar a vida do governo Lula, já que as articulações em torno da CPMF ofereceram uma nova realidade: pelo menos dois senadores da base aliada, Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) e Expedito Junior (PR-RO), passaram a seguir orientação dos líderes oposicionistas. ¿Temos aliados consistentes na base de Lula¿, ressaltou Guerra.

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