Título: Emprego cresce, mas renda é dúvida
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 28/12/2007, Economia, p. B2

A Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que o índice de desocupação caiu de 8,7% da população economicamente ativa (PEA), em outubro, para 8,2%, em novembro. As perspectivas são boas para os trabalhadores, mas índices mais altos de inflação, como os deste semestre, podem comprometer a tendência de recuperação da renda real.

O nível de desocupação chegou ao pico de 13%, em novembro de 2003. E no mês passado foi o menor desde que a nova série da PME foi iniciada, em março de 2002. Mas ainda é elevado do ponto de vista histórico. Numa era de turbulências (1986-1989) e calculado por metodologia abandonada, oscilou entre 3,3% e 3,8% da PEA.

O índice de desocupação de novembro foi inferior às estimativas das consultorias econômicas, que projetavam 8,5%. Com ajuste sazonal, a desocupação do mês passado foi avaliada, pela área econômica do Bradesco, em 8,4%, ante 8,8% em outubro.

Entre novembro de 2006 e de 2007, a população ocupada aumentou em 717 mil pessoas (21,4 milhões de pessoas tinham ocupação). Apenas entre outubro e novembro, 148 mil vagas foram abertas. O número de desocupados, de 1,9 milhão, em novembro, embora ainda grande, é o menor da série: só em dois meses (dezembro de 2005 e de 2006) havia sido inferior a 2 milhões de pessoas.

Emprego e renda fortaleceram a demanda. Esta cresceu 6% nos primeiros 11 meses do ano em relação ao mesmo período de 2006, nos cálculos do Bradesco.

Além do emprego e da renda, o consumo interno foi impulsionado pelo crédito e pelos preços convidativos dos bens importados. As importações também ajudaram a refrear os preços, em 2007, mas é pouco provável que esta situação perdure em 2008. Por exemplo, já não se prevê a continuidade da queda do dólar, mas, ao contrário, uma leve alta no ano que vem. E as tarifas públicas já não terão reajustes baixos como no biênio 2006-2007, quando foram determinadas por IGPs (índices gerais de preços) médios de 1,4%, em 2005, e 3,6%, em 2006.

Não só as empresas, mas também os trabalhadores acreditam na continuidade do crescimento econômico e do emprego, em 2008. O medo do desemprego é o mais baixo de toda a série histórica do Índice Nacional de Expectativa do Consumo (Inec), calculado desde 1996 pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

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