Título: Banco do Sul começará com US$ 7 bi
Autor: Palacios, Ariel
Fonte: O Estado de São Paulo, 28/12/2007, Economa, p. B7

Para ministro Guido Mantega, capital inicial pode chegar a US$ 10 bi, e Brasil deve entrar com US$ 1 bi a US$ 2 bi

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ontem que o capital inicial do Banco do Sul poderia estar entre US$ 7 bilhões e US$ 10 bilhões. Mantega declarou, ao sair da Embaixada do Brasil no bairro portenho de Retiro que, ¿se o capital estiver ao redor de US$ 7 bilhões, os principais sócios, ou seja, o Brasil, Argentina e Venezuela, colocariam entre US$ 1 bilhão e US$ 2 bilhões de capital cada um¿. O Banco do Sul, idealizado pelo presidente venezuelano Hugo Chávez, ambiciona ser uma megaentidade para financiar grandes projetos de infra-estrutura e desenvolvimento na região.

Mantega reuniu-se ontem com o ministro da Economia da Argentina, Martín Lousteau, para analisar uma longa agenda de assuntos bilaterais Brasil-Argentina. Os dois ministros conversaram longamente durante o almoço na sede diplomática brasileira. Posteriormente, continuaram a conversa no Ministério da Economia.

O ministro disse que ele e Lousteau têm vários pontos em comum sobre o formato que o Banco do Sul deve ter, entre eles os requisitos de que a nova entidade precisa ser ¿eficiente, profissional, lucrativa e que financie bons projetos¿.

Segundo Mantega, as discussões sobre o Banco do Sul devem prosseguir com representantes dos demais países que compõem a instituição. O governo da Venezuela havia enviado a Buenos Aires técnicos do Ministério da Fazenda, fato que evidenciava que as conversas sobre o Banco do Sul passarão a ter caráter mais técnico do que político nos próximos meses.

Os ministros do Brasil e da Argentina analisaram questões macroeconômicas de ambos os países, além da relação comercial bilateral e a tributação para empresas brasileiras instaladas na Argentina. Mantega afirmou que o comércio bilateral (favorável ao Brasil) está crescendo: ¿O importante é que cresce, e muito, tanto importações como exportações, e é satisfatório para os dois países¿.

Os ministros também discutiram o comportamento dos preços dos alimentos no Brasil e Argentina, e avaliaram que, apesar dos problemas internos de inflação que provocam, a valorização das commodities agrícolas no mercado internacional beneficia ambos países.

O ministro afirmou que ainda não havia conversado com Lousteau sobre o regime automotivo entre o Brasil e a Argentina. O regime vence em junho do ano que vem, após dois anos de vigência.

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