Título: 'A transposição é tarefa urgente', defende Campos
Autor: Lacerda, Angela
Fonte: O Estado de São Paulo, 30/12/2007, Nacional, p. A6

Para ele, prioridade é universalizar o abastecimento de água em PE

Para o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), ¿a transposição do Rio São Francisco é tarefa urgente que justifica todos os esforços e relativiza todos os questionamentos¿. Ele diz que seu Estado tem o pior balanço hídrico do Nordeste e, diante da realidade do sertão e do agreste e do sofrimento do povo, a maior prioridade é alcançar a universalização do abastecimento de água.

Para isso, a transposição é ¿imprescindível e vital¿, garante o secretário-executivo de Recursos Hídricos de Pernambuco, Almir Cirilo. ¿Já aproveitamos tudo o que é possível. Não existe água doce de qualidade para abastecer as pessoas.¿

O agreste - que ocupa 25% da área de Pernambuco, abriga 25% de sua população e está fora da Bacia do São Francisco - não tem água subterrânea e suas águas superficiais estão poluídas ou têm nível significativo de sais. Seu índice é de 1,3 mil metros cúbicos de água por habitante/ano. A ONU classifica como estado crítico o nível inferior a 1,5 mil metros cúbicos por habitante/ano. O sertão possui índice mais alto por fazer parte da Bacia do São Francisco. ¿Mas a dificuldade é a mesma¿, explica Cirilo.

O secretário tem certeza de que o projeto de transposição não vai matar o São Francisco. ¿O tamanho do projeto hoje é responsável.¿ Ele explica que o que se vai tirar do rio é 60 a 65 metros cúbicos por segundo, em média, quando a Barragem de Sobradinho tem uma vazão média de 1.800 metros cúbicos por segundo.

¿Não é um volume insignificante, mas está longe de comprometer a saúde do rio¿, diz Cirilo, que considera a revitalização um ponto ¿fundamental e nevrálgico¿, a ser feita ¿com ou sem¿ transposição. Nesse aspecto, ele acha que a luta do bispo de Barra, d. Luiz Flávio Cappio, e dos movimentos que propõem alternativas para levar água à população que vive no semi-árido já teve conquistas.

A revitalização, segundo ele, é uma delas. Cirilo diz que o governo está imprimindo um ritmo ¿frenético¿ à obras que, se for mantido, em 5 anos levará esgoto a todas as cidades pernambucanas localizadas na Bacia do São Francisco. ¿Isto é mérito desse movimento (encabeçado pelo bispo), do embate.¿

Para ele, o projeto do governo e as ações propostas por d. Luiz são complementares. A transposição vai levar água para as cidades e para a agricultura. Ações como cisternas e barragens subterrâneas atendem às populações que vivem longe dos centros urbanos. ¿Ambas são importantes e distintas, uma não substitui a outra.¿

Pernambuco já foi contra a transposição, quando só estava previsto o Eixo Norte, para Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte. O governo concebeu, então o Eixo Leste, para atender a 70 cidades e 80 localidades do agreste. Outra tomada de água atingirá 22 cidades e 40 localidades do sertão do Pajeú. Isto significa que o projeto estadual de universalização de abastecimento de água depende da transposição para abastecer metade dos 184 municípios pernambucanos.

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