Título: Paquistão adia eleições, mas não dá data de votação
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Fonte: O Estado de São Paulo, 02/01/2008, Internacional, p. A10
AP e Efe, Islamabad
A comissão eleitoral do Paquistão confirmou ontem que as eleições parlamentares, marcadas para o dia 8, serão adiadas, provavelmente para fevereiro. A nova data, no entanto, só será divulgada hoje. Fontes do órgão revelaram que o governo precisará de pelo menos um mês para organizar as eleições.
A decisão foi tomada após a morte da ex-premiê Benazir Bhutto em um atentado na quinta-feira e deve aumentar ainda mais a tensão no país. Desde a morte de Benazir, 58 pessoas morreram em confrontos em várias cidades paquistanesas. Partidos de oposição, contrários ao adiamento, devem realizar protestos contra a decisão.
Ainda ontem, o governo voltou atrás em sua versão sobre a causa da morte de Benazir. Tentando minimizar possíveis acusações de negligência na segurança de Benazir, Islamabad afirmou que a líder havia morrido ao bater a cabeça no teto solar do carro onde estava e não em decorrência dos tiros.
A família de Benazir rejeitou a versão. Imagens do ataque mostram um homem atirando contra a ex-premiê e, logo depois, uma explosão. Ontem, o porta-voz do Ministério do Interior, Javed Iqbal Cheema, foi mais comedido e disse que o governo espera a conclusão dos médicos forenses. ¿Não há intenção de esconder nada da população¿, disse.
Na segunda-feira, no entanto, Athar Minallah, um dos membros da direção do Hospital Geral de Rawalpindi, para onde Benazir foi levada, publicou uma carta dizendo que a polícia impediu a realização de uma autopsia.
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