Título: Oposição reage e se diz traída
Autor: Fontes, Cida
Fonte: O Estado de São Paulo, 03/01/2008, Nacional, p. A5

Líderes prometem batalha para impedir aprovação do Orçamento

Líderes de partidos de oposição afirmaram ontem que o governo os traiu ao anunciar o pacote de aumento de impostos para compensar a perda de arrecadação com o fim da CPMF. Os oposicionistas prometem endurecer e liderar uma ¿batalha campal¿ para impedir a aprovação da proposta orçamentária deste ano, prevista para ser votada em fevereiro, quando o Congresso voltará do recesso.

¿Nos sentimos traídos¿, resumiu o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), momentos depois do anúncio do aumento do IOF e da CSLL do setor financeiro. ¿Me sinto traído. Houve rompimento do acordo feito com a oposição¿, concordou o do PSDB, Arthur Virgilio (AM). Em dezembro, quando a CPMF foi derrubada no Senado, a oposição aceitou aprovar a Desvinculação das Receitas da União (DRU) desde que o governo se comprometesse a não aumentar a carga tributária para compensar o fim da CPMF.

¿É um governo com sua habitual gulodice fiscal. Isso vai encarecer a produção¿, reclamou Agripino. ¿O governo não chamou ninguém para conversar. É mentira que precisa de dinheiro para compensar a CPMF¿, criticou Virgílio. ¿Queremos corte de gastos e não aumento de impostos. Não vamos compactuar com aumento de carga tributária.¿

Os aliados comemoraram. ¿Foram medidas equilibradas¿, disse o líder do PSB no Senado, Renato Casagrande (ES). ¿É um mal menor¿, resumiu o do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN). ¿O aumento atinge o setor financeiro, que foi o mais beneficiado nos últimos anos. O governo apertou o cinto onde tinha de apertar.¿

Casagrande também rebateu as críticas de oposicionistas. ¿A oposição quando estava no poder só aumentou a carga tributária. Não cortou despesas, como está fazendo agora o atual governo.¿

SIGILO

O PPS vai tentar hoje barrar o instrumento que o governo criou para fiscalizar operações financeiras com o fim da CPMF. O vice-líder do partido na Câmara, Arnaldo Jardim (SP), vai propor um projeto para sustar a norma baixada pela Receita, que obriga os bancos a informarem operações de pessoas físicas que passem de R$ 5 mil em seis meses, ou de R$ 10 mil, no caso de pessoa jurídica. COLABOROU DENISE MADUEÑO

Links Patrocinados