Título: PSDB se reunirá para definir ação
Autor: Gobetti, Sergio
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/01/2008, Nacional, p. A4

Tasso fala em `fúria tributária¿ e PDT pode engrossar coro da oposição

O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), marcou para a próxima semana reunião com os líderes do partido no Senado, Arthur Virgílio (AM), e na Câmara, Antonio Carlos Pannunzio (SP), para definir a linha de ação frente ao aumento dos impostos feito pelo governo e aos cortes no Orçamento da União, ainda em discussão no Congresso.

Os principais líderes da oposição reafirmaram ontem a pretensão de endurecer no Congresso e até obstruir votações. ¿Se o governo continuar no ritmo que está, com a prepotência e a mesma fúria tributária, nós vamos ser obrigados a ser mais resistentes do que nos cinco anos anteriores do governo Lula¿, afirmou o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE).

A oposição poderá ter o PDT como aliado nessa ofensiva se o governo cortar recursos para a educação, conforme já cogitou o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. ¿Isso criará dificuldades no relacionamento com o Planalto e, com certeza, poderá nos levar a votar com a oposição¿, advertiu o líder do partido, senador Jefferson Péres (AM), ressaltando que o setor não pode mais ser penalizado. Mas o pedetista deseja colaborar com o governo e já pediu ao presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), que convoque em fevereiro reunião dos líderes para discutir cortes de despesas no Legislativo.

¿Creio que o Congresso e o Judiciário deveriam ajudar cortando gastos supérfluos, que incomodam muito¿, afirmou Péres, defendendo, por exemplo, o fim da verba indenizatória de R$ 15 mil a que todo parlamentar tem direito mensalmente para cobrir despesas nos Estados.

¿Outros gastos com viagens ao exterior dos parlamentares e número excessivo de assessores poderiam ser cortados. Mas ninguém fala nisso¿, disse. Já o senador José Agripino (DEM-RN) afirmou que o governo poderia dar exemplo extinguindo a TV pública e a Secretaria de Longo Prazo, comandada pelo filósofo Roberto Mangabeira Unger. ¿Só assim o governo teria autoridade moral para dialogar com a oposição¿, afirmou.

A preocupação dos tucanos, segundo Tasso, é que o governo jogue fora ¿tudo que se ganhou nos últimos anos, em função de uma fúria tributária e de uma vontade de não fazer nada, de fazer populismo, aquilo que é mais fácil¿.

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