Título: Alckmin espera sinal de Serra
Autor: Marchi, Carlos
Fonte: O Estado de São Paulo, 06/01/2008, Nacional, p. A8

Ex-governador quer garantias de candidatura em 2010

À medida que se aproxima a hora de decidir o candidato oposicionista à Prefeitura de São Paulo, PSDB e DEM abandonam a postura antes agressiva e usam luvas de pelica. Para não ficar quatro anos ¿no sereno¿, o ex-governador Geraldo Alckmin, do PSDB, se lançou candidato, num momento em que o atual prefeito Gilberto Kassab (DEM) ainda ia mal das pernas nas pesquisas. Mas Kassab melhorou gradativamente sua avaliação, começou a ganhar força como potencial candidato e complicou o quadro no âmbito da aliança DEM-PSDB.

Para desistir da prefeitura, Alckmin quer ouvir agora que será, com toda certeza, o candidato da aliança à sucessão do governador José Serra, em 2010. E quer também que seu grupo político passe a ter no governo Serra uma efetiva participação que até agora o governador não deu. O problema é que todos lhe asseguram isso - menos Serra. Um aliado preferencial de Alckmin admitiu ao Estado que, para resolver o impasse da prefeitura, o governador precisaria antes ¿pacificar o partido¿. E pacificar o partido significa dar a Alckmin garantias de sobrevivência política.

Quando a avaliação de Kassab começou a melhorar, a disputa entre políticos do PSDB e do DEM ficou agressiva. Mas na última semana, o tom baixou. Serra e o DEM apostam que Kassab vai melhorar ainda mais sua avaliação em 2008, quando entregará à população muitas realizações.

O DEM lembra que a aliança não tem nome forte para enfrentar o PT na sucessão estadual, em 2010, exceto Alckmin (considerando que Serra será candidato à Presidência). O prefeito do Rio, Cesar Maia, disse ao Estado que Alckmin ¿não deveria correr o risco (de candidatar-se à prefeitura) tendo a eleição de governador praticamente garantida¿. O presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), afirmou que ¿é muito melhor para o PSDB garantir uma sucessão estadual tranqüila¿.

Para defender a candidatura a prefeito, Alckmin e seus aliados argumentam que o PSDB tem chances modestas de ganhar prefeituras de grandes capitais em 2008 - com exceção do prefeito Beto Richa, que concorre à reeleição em Curitiba, o partido não tem candidatos favoritos. Um importante assessor de Serra revelou que, antes de guardar Alckmin para 2010, o partido quer ter certeza de que Kassab continuará subindo nas pesquisas.

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