Título: De quase insolventes a ativos cobiçados
Autor: Pereira, Renée
Fonte: O Estado de São Paulo, 06/01/2008, Economia, p. B10

Há poucos anos, a tentativa de venda da Companhia Energética de São Paulo (Cesp) e de ativos da Brasiliana, como a Eletropaulo, poderia estar condenada ao fracasso. Hoje, porém, a alienação dos dois ativos é considerada uma grande oportunidade de negócios para investidores de várias partes do mundo.

Depois da desvalorização cambial de 1999 e do desastroso racionamento de 2001, as duas empresas (Cesp e Eletropaulo) se viram numa situação delicada. As receitas caíram e o endividamento em moeda estrangeira, com a alta do dólar, explodiu. As duas empresas tiveram inúmeras dificuldades para honrar seus compromissos.

Mas, com a retomada do consumo e recuperação das receitas, aos poucos, conseguiram se reestruturar. Reduziram boa parte das dívidas em moeda estrangeira e alongaram os vencimentos, explica o gerente da consultoria PricewaterhouseCoopers, Ernesto Cavasin.

Hoje, a Cesp, por exemplo, tem uma relação dívida líquida/Ebitda (fluxo de caixa) de 5,1 vezes. Em 2005, era de 10,1 vezes, segundo dados da corretora Ativa. Nos últimos anos, a geradora passou por ampla reestruturação financeira, sempre com o objetivo de privatização. Fez uma capitalização de R$ 5,5 bilhões, que incluiu emissão de ações, injeção de recursos pelo governo (oriundos da venda da Cteep) e venda de debêntures.

O mesmo ocorre com a Eletropaulo, que, após o racionamento, não conseguiu pagar suas dívidas em dia com algumas instituições. A distribuidora tem feito um esforço grande para o fortalecimento do fluxo de caixa, redução dos custos financeiros e alongamento das dívidas, afirma o presidente da AES Brasil, Britaldo Soares. Segundo ele, até 30 de junho, o endividamento líquido da empresa havia sido reduzido em 30%, de R$ 4,3 bilhões para R$ 3 bilhões.

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